Le Entrevista a Francisco Batista (Le Cool Team) por Rafa


Quem é o Francisco? 

Numa palavra: um paradoxo. Sou capaz do melhor e do pior. Vivo dos momentos: são os pequenos e inesperados que me deixam feliz e contente... onde o lado negativo é óbvio (não são duradouros). Aprendi a viver solto: não a dizer o que penso e quero à toa (porque tudo tem consequências), mas são ideias próprias, nem sempre partilhadas pela maioria. Aprendi que baixar expetativas (não só minhas mas das outras pessoas sobre mim) tem mais benefícios do que aspetos negativos: a desilusão é mais pequena, os problemas relativizam-se e as diferenças são aceites mais facilmente, o que me deixa menos ansioso. Nota: não deixo de ser ambicioso, por ter as expectativas baixas, mas falhar e acertar têm a mesma probabilidade e é fundamental aceitar o falhanço. Ser flexível comigo e com os outros é uma máxima que procuro pôr em prática todos os dias, o que tem sido fundamental para me sentir feliz.



Fala-me do que fazes profissionalmente, das tuas lides.

Estudo (Matemática), ainda não consegui a minha independência financeira, pratico a amizade junto dos amigos e sou dependente de desporto (nomeadamente futebol). Envolvo-me em inúmeros projetos de voluntariado o que acarreta o custo de não me focar tanto no estudo e despachar este assunto o quanto antes. Cinema é perdição, e nos dias que correm ando feliz com a sétima arte francesa e com os progressos nos argumentos que têem apresentado. Escrever, tem sido um hobby que graças à Le Cool tem visto avanços "surpreendentes", ainda que procure escrever muito concretamente e divague pouco. Sou adepto fervoroso da língua inglesa. Plano de curto-prazo: sair de casa. Plano de longo-prazo: Índia. Plano de muito-longo-prazo: Lisboa, menina e moça. Mas lá está: planos, onde o lado mau é que nunca acontecem como planeados e o lado bom é que acontece sempre alguma variante, desses mesmos planos.

E agora, Lisboa. Discorre aí sobre a cidade.

Destaco dois períodos da importância de Lisboa para mim: o primeiro, em que andava de carro (qual menino rico) e recusava-me a andar de transportes públicos (quanto mais a pé!!!). Depois Erasmus: como o veículo de locomoção estava velho, foi para abate. Regresso de Erasmus: não há carro, bicicleta estragada, e perninhas com vontade de andar. Foi preciso sair deste pequeno canto para a ver (Lisboa) com outros olhos: é formosa, é grande, é rica (em tudo), é dinâmica, é de encher o olho. Nunca andei tão contente por não ter carro, por precisar de mais tempo para chegar aos sítios. Tem um lado boémio, que é criticável, mas ver as pessoas na rua, contentes, em convívio a irem de um lado para o outro, quase que ganha o cognome da "cidade que nunca dorme". Liberdade está presente em cada canto, em cada esquina: fora de Lisboa sinto-me claustrofóbico. Dentro de Lisboa, com respeito, faço o que quero. Considero a nossa pérola, que tem de ser protegida e preservada, mas mostrada aos outros: "olha, está aqui. Não é bela?"

Sugere-me uma altura do dia perfeita em Lisboa, um local que adores e um percurso.

Por ser amante desta cidade, sugiro duas. Primeira: final de tarde; estação de metro Rato e segue-se pela Rua da Escola Politécnica, devagar, sem pressas; nessa rua, ou pizzas ou tapas, sempre na rua cá fora, ao ar puro; depois, Miradouro para final de tarde (com copo ou sumo); depois, vinho (existem dois bares excelentes no bairro); como aqui já deverá estar de noite, desce-se pela rua do Alecrim e para-se na Rua Nova do Carvalho; depois segue-se pela Av. Ribeira das Naus até à Praça do  Comércio; final do roteiro: pontão da Praça do Comércio.

Segundo Percurso. Santos populares é sinónimo de confusão: é para aí mesmo que vamos. Começa ao final da tarde na Igreja da Madalena (do lado de fora). Segue-se para o Largo da Sé, Rua de Augusto Rosa, Rua do Limoeiro e em chegando ao miradouro das Portas do Sol, desce-se para Alfama para se voltar a subir novamente ao Miradouro. Segue-se pela R. de São Tomé: depois, segue-se para a Calçada da Graça, Largo da Graça e termina-se na Via Aberta, palco de grandes farras Populares (além de bela, claro). Em noite de Santos este percurso leva 6 horas e vai-se parando em tudo o que é "tasquinha de rua" para um copito e um pé de dança. Para os que não desejam a confusão: o percurso é igualmente aconselhável e faz-se
em muito menos tempo. Mas nesta última situação, vai até ao Miradouro de Nossa Senhora do Monte, local ideal para terminar a noite.

Dois lados distintos da mesma cidade. Lisboa tem outro encanto.

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