Le Entrevista ao Alfama-te por Rafa


Já vos dei a palavra a todos, individualmente, pelo que me interessa agora é que me apresentem o Alfama-te, o vosso colectivo de arreigados alfamistas. Isto é assim daqueles amores predilectos que surge quando se habita ou visita um bairro múltiplas vezes, até lhe chamarem de casa? É a vossa primeira ou segunda casa?

O Alfama-te é uma ideia. A ideia de que a cidade pertence a quem nela vive. Das duas uma, ou esperas que alguém preserve o que é de todos ou então não esperas e fazes a tua parte. É o que tentamos fazer. 

Alfama é a nossa segunda casa, mas recebemos quem nos visita como se fosse na primeira. A estes chamamos «Alfamados». Lisboetas ou não que têm em comum o terem passado por um dos nossos eventos.


O bairro não deixa de ter problemas, como qualquer outro, aliás... Gostam de pensar que contribuem para a sua dinamização, para a resolução de quaisquer problemas? Como está Alfama actualmente?

Alfama é um bairro típico lisboeta, com particularidades e segredos que só a ela dizem respeito. Mas isto não significa que é um bairro fechado a quem a visita. Antes pelo contrário. Os turistas sabem-no, muitos lisboetas é que ainda não. 

O Alfama-te faz a sua parte no que diz respeito à dinamização de Alfama e no apoio à resolução de alguns dos seus problemas. Ao realizar um evento que permita o dar a conhecer a centenas de pessoas uma dada colectividade é uma forma, pois essas pessoas voltam. Realizar acções de recolha de bens de primeira necessidade para os disponibilizar aos parceiros locais, como Juntas de Freguesia, é outra forma. 
Como está Alfama actualmente? Está bonita e recomenda-se, no entanto não desdenharia um olhar mais atento e que cada um fizesse mais um pouco da sua parte.

Já se armou o bom tempo e até já me cheira a sardinha. Que têm na manga para este próximo Santo António?

Temos que pedir desculpa aos leitores da Le Cool Lisboa, mas é segredo. Se quiserem saber o que está para acontecer durante o mês das Festas de Lisboa têm que acompanhar o Alfama-te de perto, muito de perto. Podemos dizer que envolve sardinhadas, caracoladas, boa música, passeatas e boas conversas.

Que vos deu na cabeça para lançarem festas temáticas? Parece-me - já o vi em primeiro olhar - que são bem concorridas, assim como as crash parties. Que outros eventos inclui o vosso pacote de boas vindas a Alfama, além do Alfama-te a 10, claro, o vosso cartão de visita.

O que nos deu na cabeça? Provavelmente o mesmo que a ti ou ao teu leitor. Quantas vezes te viste rodeado de amigos e a dizer algo do tipo «Eh pá, uma festa assim é que era!». No Alfama-te, além das Festas Temáticas, das Crash Party ou dos jantares entre desconhecidos (Alfama-te a 10) podes encontrar um Café Concerto; um Peddy Paper; uma projecção de cinema, de autor ou não; um Casamento para crashar; um concerto de Fado Vadio, Blues, Gospel ou Violoncelo.

Que vos falta agora fazer, agora que fazem já parte da vida de bairro. Berlindes, peddy tascas e assim, não é a vossa cena, pois não? Tudo o que fazem me parece extremamente bem montado e bem inclusivo. Como vos olha a malta do Bairro, já vos oferecem presuntos?

O que nos falta fazer? Não sabemos responder. Amanhã teremos outra ideia, e depois outra e outra ainda. Deixamo-la crescer, maturar e depois desafiamos quem se queira juntar. Moradores e comerciantes que nos vão conhecendo recebem-nos bem, até porque não fazemos nada no bairro sozinhos, antes pelo contrário. O que fazemos, fazemos com parceiros locais. Presuntos? Ginjas, senhor, são ginjas.

Agora o necessário apontamento de especialistas. Sugiram aí um percurso ou visita ideal no «vosso» bairro. Claro que podem e devem incluir alguns dos vossos acontecimentos.

Que comece num sábado de manhã de máquina fotográfica em punho. Começar na Sé, tomar um café no Cruzes Credo, espreitar o Pois Café e o atelier que lhe fica em frente. No final da rua trocar dois dedos de conversa com o barbeiro Manel, e se estiveres para aí virado, apara o cabelo e dá-lhe um abraço nosso. Segue na direcção de S. Miguel e petisca por ali, não te faltam opções. Passeia por S.Miguel, sobe beco, desce beco, compra fruta na rua e joga à bola. Senta-te na escadaria da igreja de S. Miguel e aprecia. 

Almoça por ali e sobe até não poderes mais, pelo caminho perde-te umas vezes mas passa no Adicense para um jogo de bilhar e uma mini. Aproveita a vista nas Portas do Sol para desceres de seguida pela via do eléctrico na direcção das Escolas Gerais, entra no coração do Bairro de novo e aproveita para boas fotografias e conversas com moradores. Procura por Santo Estevão, dali espreita o Tejo e a esplanada do Páteo 13, onde deves ir jantar uma dourada grelhada ou umas sardinhas, se for a época. Depois de jantar e se for noite de Alfama-te, não percas, aparece na Festa, onde quer que ela seja. 
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Ligação : Alfama-te

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