Le Entrevista a Miguel Boucinha, Director da Le Cool Lisboa, por Fernando Mondego

Diz-me um pouco sobre ti.

Não é fácil ser juiz em causa própria. Contudo, dir-te-ei que sou um ser irrequieto, lutador pelas coisas em que acredito, amigo do meu amigo e geralmente bem disposto. Há quem diga que tenho um pouco de mau feitio, mas nada disso... São eles que não me entendem.


Além da direcção da Le Cool Lisboa, que outras andanças me contas?

Tirei o curso de Gestão de Recursos Humanos que me «prendeu a um escritório» e a tarefas, que rapidamente percebi não estar talhado para elas. Deixei. E procurei outros ambientes, mais do meu agrado, com ar mais puro e relacionamento humano mais rico. 

Assim cheguei à Le Cool, ao Surf, ao futebol e ao que mais virá... Sinto-me bem melhor!!

És o maior fã de Lisboa? É como ser de um clube, os teus pais ofereceram-te um cartão de sócio de Lisboa no berço?

Por acidente, nasci no Porto, mas fixei-me em Lisboa com apenas um ano de idade. Cresci,
estudei, fiz-me adulto nas dobras desta cidade. Admito que o meio familiar, em que cresci, me tenha influenciado. Mas é o vivenciar cada recanto soalheiro, cada jardim, enquadrado por um luminoso céu azul, cada evento, em cálidas noites de Verão, que mais aperta os laços que me ligam à que considero, senão a melhor, uma das melhores cidades do mundo para viver.

Sugere-me aí um destino paradisíaco dentro de Lisboa. Um de que ninguém mais saberá, mas que deixa segredo a partir do momento em que o partilhes.

Paradisíaco é fácil, que mais ninguém saberá já não tanto. Mas Alfama em manhã de Primavera... com um salto ao seu vizinho Castelo. A Sé com o seu ar altivo, as ruas estreitas e sinuosas, em que as varandas parecem namorar baixinho, o chafariz, desafiando a sede de cada um, restaurantes que estimulam o apetite com seus odores tradicionais e, por fim, a subida ao Castelo, para gravar na memória a sublime e única imagem onde o Tejo abraça o mar, lentamente, já com saudades da sua cidade.

E agora imagina. Hoje queres que seja o teu dia perfeito nesta cidade - traça-me lá em linhas gerais o que farias.

Não consigo imaginar um dia perfeito nesta cidade, sem nele incluir um do seus grandes privilégios: a sua proximidade às praias atlânticas que lhe ficam a Sul, enquadradas pela paisagem única da  falésia da Arriba Fóssil da Costa de Caparica.

Partir bem cedo rumo a uma dessas praia, apanhar o relaxante banho de sol, mergulhar nas águas ora serenas, ora batidas do oceano, degustar um incomparável peixe fresco sempre com o mar como horizonte e terminar num fim de tarde suave, num qualquer bar de Lisboa de onde se possa desfrutar da luminosidade do seu céu recortada pelos velhos casarios, seria concerteza, um dia quase perfeito... 

Para completar, talvez, a música de um dos muitos eventos que esta bela cidade acolhe. Experimenta e verás que não exagerei!

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