Lisboa é um ninho e berço de poetas, uma casa de poetas e um porto de poetas é. E é um braço de rio, um braço de mar, um braço de rio de mar é. E é um livro cheio de poetas e cheio da poesia dos poetas. Esta cidade é pasto de criação – é trigo para a poesia – espera por aí em redor o verso, agachado por de fora das casas, sonhando só o que pode Lisboa ser das entranhas. E o Tejo e o Mar dá-lhe tanto de possível.
Cidade triste e alegre , com suas casas, de várias cores, lá dizia e apontava Pessoa nas suas lides heteronómicas em intervalo de guarda-livros. E em passo largo apressava-se pela cidade, nos entretantos em que as coxas de Ofélia não lhe ocupavam a mente. Colo também um excerto de Cesariny, neste Poema a tal amada perdida pode bem ser a nossa Lisboa:
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
em todas as ruas te perco
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