Praça do Comércio

Um dia li a frase que será, permanentemente, uma das frase mais belas sobre Lisboa para mim. Depois, esqueci-me da autoria, varreu-se-me o livro, olvidei o motivo, desvaneceu-se o momento e ainda perdi um bom par de óculos de sol. Ora bolas. Mas a frase ficou, que nem os arrumadores de carros no Príncipe Real: todos os dias. «Lisboa é, a par com Veneza, cidade que foi capital de um império e com uma praça central a tocar a água.» Era algo assim, em tradução livre da minha memória. A praça lisboeta, claro está, é a Praça do Comércio. Terreiro do Paço com Paço desde D. Manuel I, que se mudou do Castelo, e Praça do Comércio desde Pombal, que lhe devolveu o umbigo de cidade. / Fauna Maria (Bilhete postal dos anos 50)

onde 
Praça do Comércio,
mapa de localização
 

Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros

Lisboa e Tróia não se fizeram num dia, mas Lisboa continua a cantar e Tróia foi-se, em canto de cisne, com Átridas e Helenas a tiracolo. É na nossa cidade também, como em Roma ou Petra, que cada calhau levantado revela outro. Bem mais antigo. Um sumário de tão sumarenta história, guardado na arca frigorífica da história e do manto de pedra que serve embasamento a Lisboa. E onde lhe topar os objectos, os artefactos e as estórias da história? No Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros - NARC. Que até estará em horário alargado de 28 a 30 Set, incluído nas Jornadas Europeias do Património. / Fauna Maria

Le Artista da Capa * 408, Rafael Vieira

Tenho uma colecção de hipnotismos quanto a Lisboa. Antes, nesse longíquo antes, ouvi-a descrita em canção como a cidade dos loucos. Um estribilho que sabia ser e interpretava como tal, dedicado não tanto a males de mente, mas a bens de coragem. Uma malta que era, ainda à distância e agora confirmando, loucamente apaixonados pela sua cidade.

A moldura alpina em recortado de colinas contra o horizonte, hipnotiza. A garganta do Tejo e as casas de Maluda a tocar-lhe os cabelos de margem, hipnotiza. A história de todos os becos e todos os filmes que falta deles fazer e todos os livros que falta deles escrever, hipnotiza. A cor dos cacilheiros e dos barcos, em bandeira muito própria e em aguada reflectida sobre o nosso Tejo, hipnotiza. A ponte que é mais nossa do que dos postais ou os eléctricos que reconhecemos pelo chilrear montanha-lusa abaixo, hipnotizam. E as gentes alfacinhas, em todos os seus cambiantes de mais ou menos verde, continuamente, me hipnotizam.

A ti não?

Le Editorial * 408, por Fernando Mondego

MONSTROS DE LISBOA

Ali ao lado apontam-se alguns animais que semeiam Lisboa de vida, desejada ou não. O capista chama-lhes monstros, mas não é por mal, é por carinho. Mas também, assim, me o mote para deslizar umas perguntas. Não se arranja por um mito de monstro no Metro, como no Mimic? E não temos uma história do Castelo, como um Vlad Tepes? Ou alguma gárgula em desfaçatez, como um corcunda na ? Um Yeti das arcas do Mercado da Ribeira, um Gojira do Tejo ou um Sasquatch em Monsanto? , nem que seja um gambozino em Alfama! / Fernando Mondego

Miguel e o Rafa.El recusam comentar erecções. Perdão, eleições.

Somos parceiros de comunicação do Alfama-te, do Pecha Kucha Night Lisboa, da Madame, do QUEER LISBOA 17, de Até Amanhã! em cena no Teatro da Trindade e da LISBON WEEK. A Le Cool Lisboa não se rege pelo AO90.

Le Capa * 408

por Rafael Vieira

PASSATEMPO LISBON WEEK - Percurso de Arte 1

A Lisbon Week segue com percursos e visitas feitos à tua medida e ao gosto do teu interesse por Lisboa. Um de intensa curiosidade, portanto. O percurso de Arte é um deles, focando-se em locais que se relacionam com a arquitectura, a arte e a cultura lisboetas. É um momento para dizer: colecciona estas memórias!

Para um de dois bilhetes duplos, responde para este e-mail:

1. Que pontos da cidade toca esta visita?
2. Quem serviu de curador aos percursos?

Junta o teu nome e identificação à resposta.

PERCURSO DE ARTE 1 | Lisbon Week | 26 de Setembro às 9h30 | Saída Parque Eduardo VII - Marquês de Pombal, percurso feito no autocarro Lisbon Week/CGD. 

- PASSATEMPO FECHADO -

PASSATEMPO LISBON WEEK - João Barradas + Jonas Runa

A programação musical da Lisbon Week continua a 26 de Setembro, com a fusão musical de Jonas Runa e João Barradas, no recém-nascido (e todo teu) Teatro Thalia.


Para um de quatro bilhetes duplos, responde para este e-mail:

1. Que instrumentos tocam cada um dos músicos?
2. De que arquitectos foi a recuperação do Teatro Thalia?

Junta o teu nome e identificação à resposta.

JOÃO BARRADAS + JONAS RUNA | Lisbon Week | 26 de Setembro às 22h | Teatro Thalia


- PASSATEMPO ENCERRADO -

Le Entrevista a Jonas Runa por Rafa

Jonas Runa encontra-se com João Barradas no Lisbon Week, num concerto que será memorável em toda a adjectivação possível, no Teatro Thalia, a 26 de Setembro.  

Tocam no Teatro Thalia, um espaço cultural devolvido a Lisboa, no contexto do Lisbon Week e a convite do programador musical deste evento, Carlos Martins. Como encararam este convite e a hipótese de se apresentarem num espaço que não recebia música há dezenas de anos?

É um privilégio actuar no Teatro Thalia, onde foi estreado o Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett e óperas significativas para a cultura musical em Portugal. De facto, durante o século XIX, passaram por esse teatro as mais importantes figuras musicais da época. Sinto-me particularmente tocado pelo «mote» em latim do teatro, que se encontra à entrada: «Hic Mores Hominum Castigantur», que significa «Aqui serão castigados os  costumes do homens». A música, tal como o teatro satírico, deve ser um desafio à inteligência, sensibilidade, e aos costumes (musicais) de cada época. A música de arte procura a revolução na continuidade.

Le Entrevista a João Barradas por Rafa

João Barradas encontra-se com Jonas Runa no Lisbon Week, num concerto que será memorável em toda a adjectivação possível, no Teatro Thalia, a 26 de Setembro.
Tocam no Teatro Thalia, um espaço cultural devolvido a Lisboa, no contexto do Lisbon Week e a convite do programador musical deste evento, Carlos Martins. Como encararam este convite e a hipótese de se apresentarem num espaço que não recebia música há dezenas de anos?
Vai ser uma experiência a recordar! O convite do Carlos Martins muito me honra e a ideia é bastante interessante logo a priori. Um acordeonista improvisando e respondendo à electrónica usada de uma forma inteligente por parte do Jonas Runa jogando com a espacialização e modificação do timbre do instrumento. Vamos passar por gestos bem agressivos até «paisagens» de contemplação (apenas!). 

PASSATEMPO LISBON WEEK - Orquestra Metropolitana de Lisboa

A programação musical da Lisbon Week arranca a 25 de Setembro, com a colaboração e escolha dedo-a-bom-gosto de Carlos Martins, saxofonista e programador. O primeiro momento é a apresentação da Orquestra Metropolitana de Lisboa, na Sociedade de Geografia.

Para um de dois bilhetes duplos, responde para este e-mail:

1. Que obras, e quais os respectivos autores, fazem parte do cardápio para esta noite musical?
2. Em que ano foi fundada a Sociedade que recebe aqui a Metropolitana?

Junta o teu nome e identificação à resposta.

ORQUESTRA METROPOLITANA de LISBOA | Lisbon Week | 25 de Setembro às 21h30 | Sociedade de Geografia de Lisboa


- PASSATEMPO FECHADO -

PASSATEMPO LISBON WEEK - Percurso de História 1

Com a Lisbon Week a inflamar Lisboa, lançamos passatempos para que lhes toques mais do que apenas ao de leve. Lisboa tem sete bossas, é claro que sim. E foi arrebanhada aos mouros por D. Afonso Henriques, o nosso primeiro, em 1147 (Roque Gameiro bem que bem o aguarelou). Mas e o restante, por onde pára o resto? Eis a bela premissa para o percurso de história da Lisbon Week. Conhecer ainda melhor este caroço de cidade.
Para um de dois bilhetes duplos, responde para este e-mail:
1. Quais os pontos de visita deste percurso? 
2. Quem programou os percursos?
Junta o teu nome e identificação à resposta.

PERCURSO DE HISTÓRIA do Lisbon Week | Percurso 1 | 24 de Setembro às 17h30 | Ponto de encontro no
Lounge LW - Largo São domingos

- PASSATEMPO CONCLUÍDO -

Le Entrevista a João Ferreira, director artístico do Queer Lisboa, por Pedro Alfacinha

O Pedro Alfacinha trocou umas palavras com João Ferreira, director artístico do Queer Lisboa 17, que corre na cidade até dia 28 de Setembro.

O Queer Lisboa já é um festival crescidinho e está quase a atingir a maioridade, o que mudou nos últimos anos?

Um festival tem sempre que adaptar-se e acompanha a sociedade, as mudanças políticas que vão ocorrendo e tem que estar sempre atento ao que se passa à sua volta. Tem que estar atento aos espectadores, que vão mudando, chegam novos, novas gerações e tem que ser sempre um reflexo e uma observação atenta da sociedade. 

É algo orgânico, tem que ir mudando. Depois há outros factores que operam essa mudança, o facto de no início sermos o único festival que havia em Lisboa, olhávamos para a programação de uma certa forma, uma preocupação política diferente e depois com a evolução das mentalidades e das leis e devido ao facto de haver mais festivais em Lisboa, a programação também tem que se adaptar. É um dos bons desafios do festival, não deve nunca estagnar.

ERRÁTICO - Imaginário Pink

ERRÁTICO - Imaginário Pink: a Maria Imaginário no Cais do Sodré, no vidrão entre as Ruas Nova do Carvalho (Rua Cor de _____ ) e a de São Paulo, a um passo do JAMAICA LISBOA.

PASSATEMPO Queer Lisboa 2 - I Am Divine

QUEER LISBOA, no seu 17º episódio, voltou! Dito e feito, não te queremos alhear de assistir a uns quantos bons filmes.

Ganha um de dois bilhetes duplos para esta divina sessão, ao responder para este e-mail :

1. Quem é Divine?
2. Que outra personalidade, também exuberante, se bem que não drag, te evoca (me evoca) Divine? Pistas: foi pintado por Lucian Freud e criou a banda Minty, quem é?

Junta o teu nome e identificação à resposta.

I AM DIVINE | Cinema São Jorge | 24 de Setembro, terça-feira | Às 17h 

- PASSATEMPO FECHADO - 

ERRÁTICO - Palmeira do Largo de São Miguel

Às vezes também temos de dar notícias tristes, sobre Lisboa desaparecida ou em vias de desaparecer. Agora tocou a vez da palmeira do Largo de São Miguel, em Alfama, um ex-libris lisboeta. Atacada pelo escaravelho-vermelho, não está nada bem e oxalá se recomponha. As melhoras. / Lino Palmeiro

PASSATEMPO Queer Lisboa 1 - O Carnaval é um Palco, a Ilha uma Festa


QUEER LISBOA, o decano dos festivais de cinema lisboetas, que segue na sua 17ª evolução, voltou! Como não queremos que lhe passes ao lado, eis um filme a assistir (e o Festival, a eito e jeito).

Ganha um de dois bilhetes duplos para esta sessão, ao responder para este e-mail


1. Qual é a ilha do título?
2. Qual o nome de vila que encontras no nome do seu realizador?


Junta o teu nome e identificação à resposta.

O CARNAVAL É UM PALCO, A ILHA UMA FESTA | Cinema São Jorge | 21 de Setembro, sábado | Às 19h15 


- PASSATEMPO ENCERRADO -

Presépio da Basílica da Estrela

Os presépios monumentais em Lisboa devem tanto a António Ferreira como a Joaquim Machado de Castro. Sim, o mesmo da estátua com D. José sobre o cavalo arco-íris (em virtude de todas as cores que lhe foram sendo atribuídas, agora restaurada em patinado). Machado de Castro esculpiu os presépios da , um outro que habita o Museu de Arte Antiga e este, da Basílica da Estrela (da qual também compôs a fachada), mandado construir por D. Maria I em 1781 e que lhe tomou três anos até ver a luz da estrela cadente. Um barroco piscar de olho a Bernini e 480-500 (não as contei, mas as fontes não se decidem) figuras de barro e terracota. Ao mínimo admirável, no entretanto, divino. Aqui todas as dúvidas se esfumam (abre PDF). / La Cucarafa

Park

Se eu fosse tentado a hiperbolizar a coisa, diria: esta dor de dedos que me acompanha é, sinto-a como, uma locomotiva lançada sem freios. É a dor do que me falta escrever. E assim, em gestos desgarrados, à pendura do 28 enquanto se faz à montanha da Calçada do Combro, num constante e frenético sobe-em-vai-e-vém, surge-me o Park. E o Park oferece a melhor vista da cidade. Nem os «bambi» viram a cara e nem a subida dos degraus do silo automóvel com a «cereja» Park no topo, me faz cansar os gémeos (e elevador, ó chefe). O Park, sem qualquer dúvida, oferece a melhor vista de Lisboa desde este ângulo. E depois tudo o resto que faz os fins de tarde e o início das noites parecer demasiado rápidas.  / La Cucarafa

Salada Russa

Não ouvi o nome do cozinheiro, não ouvi, escapuliu-se entre suaves mastigadelas. O maxilar fixou-se sem um gargarejo que fosse perante o desfilar das travessas desde a cozinha cubicular. Uma após outra, um polvo à lagareiro em charco Cáspio a azeite, uma cebola de lótus pigmentada de azul, um bacalhau à minhota com tentáculos-cebola, uns nabos em flor corados a rosa, um arroz de polvo e um polvinho mais, com batatas em ornamento reticular em dança de prato. Aqui os olhos lambuzam-se, têm um manjar dos diabos. Mas, ai a Salada Russa dos sentidos, o estômago e o palato arregaçam bem as mangas à vez. / El Rafa

Ingrediente

Aprendemos ao longo da vida que se queremos seguir uma receita a primeira coisa que precisamos são os ingredientes, os componentes essenciais que fazem parte de uma mistura. os secretos, que supostamente enaltecem um produto, os activos que sendo parte integrante de uma determinada fórmula têm por objectivo último provocar os efeitos desejados, os sintéticos e os naturais. No meio disto tudo, encontramos O Ingrediente, jornal criado pela Angellini Farmacêuticadedicado à saúde e bem-estar com conteúdos actuais e um apelativo design, a lembrar os antigos folhetins mas com temas actuais. Se a hipertensão é o tema de capa e o sal é aquilo que nos querem tirar da boca, a leitura do Ingrediente vai-nos saber muito bem e esperemos que continue nas bocas do mundo por muito tempo. / Ana Azevedo

onde
Nas farmácias de todo o país

quando

Todas as semanas

quanto
Gratuito




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* Originalmente publicado a 20 de Setembro de 2013, na Le Cool Lisboa * 000

Le Editorial * 407, por Fernando Mondego

PROFESSOR LECULA

Não sofras mais por desamor. Este grande conselheiro tem anos de experiência no dito e no beijo; é conhecido e recebe postais natalícios de grandes personalidades do mundo e de além-mar da música e dos subúrbios da canção; astrólogo experimentado nas cartas astrais da Maria e nas fases aluadas do Borda d'Água. Aconselha rapidamente sobre todos os problemas, mesmo perante o desespero daqueles tramados como «qual o melhor sabor no Santiniou «será que isto me vai bem com as algemasConsulta à distância de um clique e também por correspondência pelo e-mail. Honesto, sério, eficiente, rápido e limpinho. Trata à confiança de amarrações, multas da EMEL, afastamentos e ainda faz uma Punheta de Bacalhau dali. Curandeiro (excepto calosidades e calotes). Resultados 101% visíveis em sete dias ao dedo. / Fernando Mondego

Miguel e o Rafa.El vão recorrendo a adivinhações. Pelo menos para o Totobola.

Somos parceiros de comunicação do Alfama-te, do Pecha Kucha Night Lisboa, da Madame, do QUEER LISBOA 17, de Até Amanhã! em cena no Teatro da Trindade e da LISBON WEEK. A Le Cool Lisboa não se rege pelo AO90.

Le Artista da Capa * 407

Sempre desenhei mãos. Comecei é por pôr os pés pelas mãos ao desenhá-las. 
Depois fui aprimorando a coisa.

Tenho um almanaque com mil e uma desenhadas. Em formas e posições para todos os gostos, como se fosse a milena e tal de receitas diferentes do fiel amigo. Sherazade ficaria orgulhosa e até daria à estampa uma por noite, para apimentar as contas.

Afixei uma data delas em folhas alinhadas junto ao Conservatório de Lisboa

Desapareceram num ápice, levadas por outras mãos em pinça de quero-te sem que as pudesse desenhar.

São quase sempre minhas, mas nem sempre. Umas parentes, outras amigas, uma ou outra imaginada, aquela em detesto.

Reparei que os povos se identificam e valorizam (e se valorizam) muito pelo que lhes sai das mãos. Não pela mão em isso, essa é a ferramenta necessária, mas pelo produto do seu trabalho. E toque e jeito e minúcia (o olho e o tacto também entram no jogo).

Filigranas, artesanatos, olarias, relojoeiros, artífices, artistas, joalheiros, bilros, tecedores, sapateiros, gravadores. Enfins, afins e infinitos sabeses. E desenhos de mãos. Claro.

Le Capa * 407

por Rafael Vieira