João Barradas encontra-se com Jonas Runa no Lisbon Week, num concerto que será memorável em toda a adjectivação possível, no Teatro Thalia, a 26 de Setembro.
Tocam no Teatro Thalia, um espaço cultural devolvido a Lisboa,
no contexto do Lisbon Week e a convite do programador musical deste
evento, Carlos Martins. Como encararam este convite e a hipótese de se
apresentarem num espaço que não recebia música há dezenas de anos?
A ideia do programador Carlos Martins era a de cruzar dois mundos que não se cruzam todos os dias ainda. Infelizmente! A música improvisada no acordeão continua a ser algo bastante novo e a música electrónica associada a este contexto também. Neste tipo de formação existe uma ou outra coisa composta, estamos a falar de um número muito reduzido de obras. A questão da improvisação vai ser o centro deste desafio musical. Criar, responder, transformar em tempo real.
Vai ser uma experiência a recordar! O convite do Carlos Martins muito
me honra e a ideia é bastante interessante logo a priori. Um
acordeonista improvisando e respondendo à electrónica usada de uma forma
inteligente por parte do Jonas Runa jogando com a espacialização e
modificação do timbre do instrumento. Vamos passar por gestos bem
agressivos até «paisagens» de contemplação (apenas!).
Como foi a preparação - e desafio - de conjugarem o estilo musical de
cada um, acordeão de João Barradas e electrónica de Jonas Runa? O Jonas já vinha com a prática com Zul Zelub (que
fundou com Jorge Lima Barreto), piano e música de computador, e o João
com uma imensa escola de jazz (inclusive com formação sob João Paulo
Esteves da Silva). Extensos currículos que se cruzam, estilos musicais
autónomos, convergentes, que se unem?
A ideia do programador Carlos Martins era a de cruzar dois mundos que não se cruzam todos os dias ainda. Infelizmente! A música improvisada no acordeão continua a ser algo bastante novo e a música electrónica associada a este contexto também. Neste tipo de formação existe uma ou outra coisa composta, estamos a falar de um número muito reduzido de obras. A questão da improvisação vai ser o centro deste desafio musical. Criar, responder, transformar em tempo real.
O que podemos contar - e contaremos - da vossa apresentação desta próxima quinta-feira? Improvisação em (pro)fusão?
Improvisação!
Vai ser a chave deste projecto. Obviamente existe uma linha condutora.
Certos gestos, passagens harmónicas, patches, etc... Vai ter elementos
de improvisação total a citações de excertos de obras clássicas, da
experimentação de timbres ao uso das próprias condições acústicas do
teatro Thalia, que são muito especiais.
Gostava que deixassem um convite a que assistam ao concerto.
Apesar da
instrumentação diferente este projecto vai relacionar-se de forma total
com Lisboa, com as influências que as pessoas de cá têm, incluindo eu.
Falo de material musical que passa na rádio, das obras que podemos ouvir
nos grandes auditórios da cidade, do Jazz que se pratica em Lisboa aos
sons e materias da sua vida corrente (computador, telemóvel, televisão,
rádio etc.).
Lisboa. É uma cidade que apela à criatividade? Que combustível - seja
locais, pessoas, cultura, acepipes, o que seja - vos alimenta nesta
cidade?
Lisboa é muito importante para mim desde
sempre!!! Mesmo continuando a estudar com muita regularidade fora do
país é aqui que tenho a maior parte das minhas influências que moldam a
minha música e principalmente a minha vida. Falo dos músicos que se
encontram nesta cidade, das oportunidades que ela nos oferece
(principalmente na questão do ensino especializado de música), da
família, do Fado, do Jazz feito nesta cidade. Não consigo escolher um
local ou umas quantas pessoas. Lisboa é um todo e, pessoalmente, acho
que se encontra numa fase bastante feliz a nível musical, e não só.
Um grande abraço,
João Barradas
Fotografia por Nelson Matos
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Link : soundcloud.com/joaobarradas
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