Le Entrevista a Ricardo Filho de Josefina por Rafa

Apresenta-te e fala-me de como começaste a fotografar.

Tenho uma caixa em casa, dentro dessa caixa está um projector de slides e com ele uns quantos slides.


Lembro-me que o meu pai tirava imensas fotografias fosse onde fosse e nada importava, o que importava é que ele tirava. Algo veio daí. Gostava de as mostrar um dia porque são realmente boas e de tudo o que tenho, elas acabam por ser. Tudo muito simples ali guardado em pedaços quase transparentes e com tanto o que nos prende tentar enquandrar o que vivemos, ali.


Já fotografaste estruturas portuárias e paisagens bucólicas. O que te atrai mais quando sais em safari fotográfico, a cidade e a sua decadência ou outros motivos? E pessoas, gentes, multidões, gostas de capturar? 

Acho que não alinho muito em safaris fotográficos, prefiro tirar fotografias. Nem sei responder muito bem a isto, mas acho que a multidões não, pessoas sim.


Também colaboras com o Pedal, fala-me um pouco disto. Qual é a bike que tens?



Essa colaboração começou mais ou menos no início do jornal e acabou por me puxar mais para um campo que continua bem afastado, mas acaba por saber bem tirar fotografias a pessoas e amigos.


Tenho uma bicicleta que me foi dada pelo meu primo, estava no sotão fechada em sacas. Agora está fechada no meu trabalho há meses.

Que projectos e exposições podemos esperar para breve? Tens algum tema alinhado para fotografar?

Não gosto de ver as coisas dessa maneira alinhada. 

Costumo tirar dois, três rolos por mês e gosto de vê-las de vez em quando. Há ideias que surgem ao ver essas fotografias e gosto de ir fazendo pequenos sets e arranjar nomes para eles, mas nunca pensar muito antes e alinhar o que não consigo alinhar. Há uma ideia para uma exposição pelo Jornal Pedal com fotografias não utilizadas nas publicações. Vou fazer uma editora de livros com um amigo, o Palhinha, mas com a moleza que me corre nas veias e tropeça nos ossos, talvez lá para 2015 saia o primeiro livro. E quero conseguir acabar todos os livros que não ando a fazer. 


Agora Lisboa. E uma pergunta da praxe. O que te agrada mais de fotografar na nossa cidade?

Vivi a minha vida toda em Lisboa e gostava de a fotografar vezes sem conta, mas está a tornar-se cada vez mais dificil, precisava de me sentir o longe suficiente para a poder ver outra vez. Não a vejo e mal tenho saudades dela.


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* Originalmente publicado a 30 de Abril de 2013, na Le Cool Lisboa * 390

Fonzie «renascem»

A sinalizar o seu sexto álbum de originais (ah pois, andam já nisto há 17 anos), os Fonzie partilham a faixa «Renascer», primeiro single do dito. 

Saca e aprecia por aqui : https://soundcloud.com/fonzie-renascer/fonzie-renascer

World Press Cartoon 2013


O catálogo com os cartoons seleccionados está já nas livrarias desde a semana que se foi, tempo para resumir as obras que se ergueram no pódio do WPC 2013. No topo, o grego (quem mais) Michael Kountouris sobre a crise europeia, grande vencedor desta nona edição na categoria de Cartoon Editorial, Grand Prix. Ao meio, a virtude humorística do iraninano Saeed, com «Recessão Económica», vencedor do 1º Prémio de Gag. No fundilho, o desenho vencedor de Caricatura, do argentino Pablo Lobato. Hurrah!

LEGO® Fan Event 2013

Nada faz mais parte da minha infância do que uma peça de LEGO. Aliás, uma catrefada delas, a pulular de baldes e de debaixo do sofá. A fazer de cidade, a construir carros de bombeiro, a tentar flutuar em barco, um infinito amontoado de possibilidades de fazer um mundo.

No Campo Pequeno, para pequenos e grandes fãs da LEGO, montam-se milhões de peças da marca dinamarquesa, em Mega Cidades, Playzones, Esculturas, Comboios e réplicas da Basílica da Estrela, d Torre de Belém, do Cristo Rei, do Campo Pequeno ou do Estádio da Luz gigante, este com mais de 5 mil minifiguras. E há jogos e mil coisas mais, a brilhar nos olhos de quem pensa em LEGO e vê «brincar» como imperativa necessidade. Sem atavios de idade.

LEGO® Fan Event 2013 | Campo Pequeno | 25 Abril a 1 Maio, das 10h às 21h | Adulto: 5€, criança 3€

Chalet e Jardim da Condessa d’Edla

Reabriram ao público após restauro no dia 18 de Abril, no decurso de obras nos interiores e recuperação de danos causados por um temporal que certamente nutre inveja ou desprezo pelo património. E por um outro incêndio, criminoso na essência lesa-monumento, em 1999. A recuperação recebeu o Prémio Europa Nostra em 2013, importância medida a nível de reconhecimento europeu. O Chalet e respectivo e circundante Jardim da Condessa, pedaços relevantes do extenso património edificado do Parque da Pena, foram construídos por D. Fernando II e pela sua segunda mulher, Elise Hensler, Condessa d'Edla, no período 1864-1869. Um Chalet Alpino achado no meio de «Alpes românticos» e de uma Baviera de sonho, com um pequeno jardim botânico privado de afeição. Antes ao abandono, agora disponível novamente, como é devido. / Rafa El

PASSATEMPO IndieLisboa'13 (2)


Para um de 7 vouchers, indica-me para este e-mail, cinco dos realizadores com obra na secção «Director's Cut», parte integrante deste IndieLisboa'13. Junta o teu BI/CC/Passaporte à resposta. E lê as regras abaixo. 

Regras para os vencedores :

  • Os convites voucher sorteados são unitários, não podendo mais do que uma pessoa beneficiar dos mesmos.
  • Os convites voucher devem ser levantados a partir do dia 18 de Abril - 1º dia do festival, na loja do IndieLisboa  situada na Culturgest (Edifício da Caixa Geral de Depósitos, Rua Arco do Cego), no horário de funcionamento: 16h até ao início da última sessão, mediante apresentação do BI / cartão de cidadão e trocados por bilhetes nas bilheteiras do festival, no limite dos lugares disponíveis.
  • Os convites voucher podem ser trocados por bilhetes nas bilheteiras do Cinema São Jorge e Culturgest (para todas as salas), na Cinemateca e no Cinema City Classic Alvalade (para as respectivas salas) de 18 a 28 de Abril, no limite dos lugares disponíveis.

  • Os convites voucher são válidos para todas as sessões excepto para a cerimónia de abertura, sessões especiais, filmes-concerto e workshops.
  • Não se efectuam trocas de bilhetes.
- PASSATEMPO FECHADO -

    Damisu

    Se te perguntarmos o antónimo da palavra tiramisú o que respondes? Pois foi exactamente assim que os donos desta pequena nova maravilha de Campo de Ourique pensaram quando resolveram baptizar este santuário da não-dieta. A história não podia ser mais tradicional assim como o maravilhoso tiramisú que ali se cozinha e vende. A receita vinha dobrada num papel amarelo, escrita num italiano arcaico e continha o segredo do fantástico doce. No entanto, avisamos que se quiseres levá-lo para casa para te lambuzares sozinha/o (especialmente nesta altura do ano em que comer doces é quase pecado dado o calor e a quantidade de pele de fora!) convém encomendares cedo porque 6h é o tempo necessário para produzir estamaravilha da culinária. Quanto tempo achas que vais conseguir resistir? / Ana Azevedo

    Primeiro Andar

    Um espaço que vai tendo os dias contados, esperemos que somados a anos. Uma entrada lateral, com um degrau a servir de recepção, um corredor e uma escada e um ringue de basquetebol de antecâmara. Um balcão corrido para bebidas e acepipes. Conversas pelas salas, uma vida de dia, restaurante e uma segunda vida pela noite, farra e forrobodó. DJ sets, concertos a dias, eventos e ocasiões a seguir pelo cardápio de cenas e comes & bebes. Sessões de cinema e outras que tais. O espaço? É o Primeiro Andar, espaço bem reconhecível nas noites de Lisboa e a descobrir a outras horas. Olha para as exposições nas paredes e observa os tectos trabalhados. Junta-te à janela para admirar as vistas da Santo Antão. te sentes mais alfacinha? Por aqui sim. / Fauna Maria

    Alvorecer - Sophia & Eugénio

    Quatro actores colocados em palco, em encenação de António Rama, a dar voz a um espectáculo baseado em 58 poemas de Sophia e de Eugénio, claro, a poeta Mello Breyner e o o poeta de Andrade, respectivamente. 50 minutos de dedicação a não deixar de lado.

    ALVORECER - SOPHIA & EUGÉNIO | Espaço In Impetus, Rua de Campolide 27A | 26 e 27 Abril às 21h30 e 28 de Abril às 17h

    Compota

    «A Liberdade de Ser inunda de vida!», lança Paula Pinto, directora criativa e muito mais do espectáculo interdisciplinar Compota. Nunca lhe assististe? É mais do que tempo de tomares pulso a um dos espectáculos mais completos a circular por aí, que acolhe até a possibilidade (tão nada remota, quanto desejada) de lhe fazeres parte. Dia 25 de Abril, haverá também, a partir das 18h, animação de rua com os SLAP - Hand to Hand.

    COMPOTA | Auditório Carlos Paredes | 25 a 27 Abril, às 21h30; 26 e 27 também às 17h

    Le Artista da Capa * 389, Maria B


    No passado mês de Fevereiro fiz 32 anos e decidi dar início ao Projecto32.

    Trata-se
    de uma colecção de 32... ver aqui ou aqui. É qualquer coisa ou se calhar nada é. Talvez apenas tentativa ou tentação. 32 anos de sobreposições : passagens, idas, regressos : Lisboa nem sempre é casa para mim, mas é hoje uma cidade que me devolve gestos de ingenuidade.

    Le Editorial * 389 por La Cucarafa


    Onde um lisboeta, dois ou três... poliglotas. Tagus é o exónimo de Tejo, Tajo é o que se ouve por , ressoado a mil em dezena e meia de miradouros e lambido a peixe em mil tascas de Alfama. Se bufo aos turistas na fila do supermercado do Rossio, é porque devia era ter uma horta na varanda de casa, para resolver as aflições. Isso e a despensa atestada. Alface e agrião em vasos largos, rabanete e morango no patamar das escadas e talvez um vasinho de hortelã. Para o mojito que apeteça. Segue um? / La Cucarafa

    O Miguel e o Rafa.El experimentaram a nova «praia» do Cais e têm umas quantas dúvidas quanto àquilo. Que te parece? É assim como que um tiro ao lado ou é limar algumas imperfeições?
     
    Somos parceiros de comunicação do IndieLisboa'13, do LandArt Cascais 2013, do Alfama-te, do Café Improv, do Pecha Kucha Night Lisboa e da Madame. E gostávamos de ser do Museu de Cera (o Tussauds, não o outro).

    Le Capa * 389

    Por Maria B

    PASSATEMPO IndieLisboa'13 (1)

    Para um de 3 vouchers, comenta-me para este e-mail qual o filme de Jean-Luc Godard a ser exibido neste IndieLisboa'13 (diz-me o nome original e respectivo ano). Junta o teu BI/CC/Passaporte à resposta. E lê as regras abaixo.

    Regras para os vencedores :
    • Os convites voucher sorteados são unitários, não podendo mais do que uma pessoa beneficiar dos mesmos.

    • Os convites voucher devem ser levantados a partir do dia 18 de Abril - 1º dia do festival, na loja do IndieLisboa  situada na Culturgest (Edifício da Caixa Geral de Depósitos, Rua Arco do Cego), no horário de funcionamento: 16h até ao início da última sessão, mediante apresentação do BI / cartão de cidadão e trocados por bilhetes nas bilheteiras do festival, no limite dos lugares disponíveis.

    • Os convites voucher podem ser trocados por bilhetes nas bilheteiras do Cinema São Jorge e Culturgest (para todas as salas), na Cinemateca e no Cinema City Classic Alvalade (para as respectivas salas) de 18 a 28 de Abril, no limite dos lugares disponíveis.

    • Os convites voucher são válidos para todas as sessões excepto para a cerimónia de abertura, sessões especiais, filmes-concerto e workshops.

    • Não se efectuam trocas de bilhetes.
    - PASSATEMPO FECHADO -

      Le Entrevista a Mr Bird por Marcelo de Magalhães

      Steven Bird adopta também o seu sobrenome nas lides mais artísticas. Mr Bird é um dos mais activos DJs e produtores em Portugal, é britânico e radicou-se em Lisboa há cerca de 4 anos, não só porque se apaixonou por uma portuguesa, como também pela cidade.

      Com sets e produções soul, funk, hip hop, R&B, jazz, breaks e até disco e outras sonoridades, nasce esta conversa não muito tempo depois do lançamento do terceiro álbum «Bird Bird Bird» na Vital Force Records (em Março), disco que sucede, além dos anteriores dois álbuns, também mais do que uma dezena de EPs!

      Errático, It's Time to Dance



      Metafonia

      O Atelier que parece ter pedido emprestado o nome a um portento da aviação que já se foi; mas cuja designação será, em verdade, mais próximo da lógica da Concórdia saída do Directório francês, recebe a exposição «Metafonia», mostra individual do artista nascido em Jersey 1979,  Gino Saccone.

      METAFONIA | Atelier Concorde | Inaugura a 24 de Abril às 22h

      Até 19 de Maio, Visitas por marcação para 939886004 ou info@atelierconcorde.org

      Inside Out

      A partir de 17 de Abril, o Hotel Tivoli Lisboa apresenta a exposição «Inside Out» da artista
      Conceição Abreu, acessível ao público durante os próximos 3 meses no lobby do hotel e
      também no Restaurante Brasserie Flo, numa colaboração com a Galeria Caroline Pagès.

      Ao posicionar-se como um espaço também de fruição cultural e artística o Tivoli Lisboa tem sido palco de exposições e instalações de diversos artistas portugueses. Porquê «Inside Out»? Com esta intervenção a artista pretende proporcionar uma experiência do avesso, ou seja, trazer para o espaço público algo que estava confinado a um ambiente privado com uma ligação à hotelaria e à restauração. Através da dicotomia Visível/Invisível a artista apresenta a sua visão pessoal de utensílios que representam uma localização que é fruto da deslocalização de pessoas. Assim, tanto os materiais como as formas foram escolhidos de maneira a reflectirem, numa concepção de ostentação e experiência de intimidade, os aspectos mais importantes no que diz respeito ao luxo em hotelaria. 
       
      Os sítios em que os objectos estão colocados são de certa forma desviantes dos seus lugares habituais. Os materiais utilizados como fios de linho, ganchos de cabelo, metais, vidros, panos brancos remetem para as pratas, os cristais, os lençóis, as toalhas de linho
      e outros que fazem parte deste universo. / Pedro Alfacinha

      INSIDE OUT | Hotel Tivoli Lisboa e Brasserie Flo, Avenida da Liberdade 185 | De 17 de Abril a 10 de Julho de 2013

      Uma Coisa Muito Séria


      Uma coisa muito séria, que se prolonga na ZDB com «Wolf Eyes», «Rodrigo Amado & Afonso Simões», ao segundo dia. 
       
      Não descansam os músicos para mostrar da sua faina e continuam, isso sim, a criar o mundo em acordes para ser levados bem a sério nisto da música. São grandes, todos eles, sim senhores. A encabeçar a noite, o muito celebrado quanto ainda levemente oculto - isto é de culto - rock'n'roll de Wolf Eyes. Já antes a dupla saxofone/bateria com Rodrigo Amado e Afonso Simões a botar jazz com a qualidade que certamente os precede.

      UMA COISA MUITO SÉRIA, dia 2 | ZDB | 24 de Abril às 22h | 10€

      Lapalux


      A apresentação é directa quanto a um retorno: «electrónica que hipnotiza os sentidos». E a noite Rockit, que tem no Musicbox uma residência com o selo de qualidade de DJ Ride bem impresso a semanas sim, não desarma. O regresso é de Lapalux, nome de encantamento de Stuart Howard,  músico inglês agenciado pela «Flying Lotus», que obriga até uma pedra a articular um movimento de dança. Antes, a luso-irlandesa Sarah Linhares desbunda em soul, R&B e electrónica; para se fechar a noite com o anfitrião da noite, DJ Ride, em parelha estelar com Nery.

      LAPALUX | Musicbox | 24 de Abril à 1h30 (antes, Sarah Linhares às 22h30, depois DJRide & Nery às 3h até whatever) | 8€

      PASSATEMPO A Rapariga de Parte Nenhuma

      Oferecemos 10 convites duplos para a antestreia de «La fille de nulle part» de Jean-Claude Brisseau no King. Responde então, para um destes duplos e para este e-mail, que Leopardo encontras no historial deste filme (além da distribuidora Leopardo Filmes, claro)?

      A RAPARIGA DE PARTE NENHUMA | Cinema Medeia King | 22 de Abril às 21h45

      Junta o teu nome completo e identificação às respostas (BI, CC ou passaporte) 


      - PASSATEMPO FECHADO -

      PASSATEMPO 7º Aniversário do Casino Lisboa - Arena Lounge 2

      Oferecemos uma de cinco bebidas duplas para o 7º Aniversário do Casino Lisboa - Arena Lounge a quem desfiar, para este e-mail , quantos Vês (V) estão na imagem acima.


      7º ANIVERSÁRIO DO CASINO LISBOA - ARENA LOUNGE | Speedy Ki's + HMB + Louie Austen + DJ Johnny Deep | 19 de Abril, a partir das 21h30

      Junta o teu nome completo e a tua identificação à resposta (BI, CC, Passaporte).

      - PASSATEMPO FECHADO -

      PASSATEMPO 7º Aniversário do Casino Lisboa - Arena Lounge

      Os HMB tocam para celebrar os sete redondos e preenchidos anos do Casino Lisboa - Arena Lounge. Como um passatempo é um jogo, damos-te a hipótese certa de conviver com a banda após o concerto desta Sexta, dia 19.

      Para 2 acessos a este desejado backstage, responde para este e-mail o que significa a sigla HMB.

      HMB | Casino de Lisboa - Arena Lounge | 19 de Abril, concerto às 23h, backstage depois.

      Junta o teu nome completo e a tua identificação à resposta (BI, CC, Passaporte).

      - PASSATEMPO FECHADO -

      Cozinha Popular da Mouraria

      pelo nome de Cozinha Popular da Mouraria e é a mais recente surpresa deste bairro que se atreve, permanentemente, a cruzar o desconhecido. A porta é discreta - quase nada, e a verdade é que se desconfia dela. Não se sabe ainda que por detrás estará um mundo de experiências novas que nasceram pela mão da fotógrafa Adriana Freire. Da sala principal à garagem, por vezes perguntamos se não estaremos em casa. A comida vai-se fazendo ao sabor dos chefs e dos workshops que vão acontecendo ao longo do dia. Os sofás da avó enlaçam-se com a horta que vai crescendo e dando sabor às iguarias. Fazem-se jantares de anos, de curso, do que quisermos. Porque afinal, todos ajudam e todos terminam a noite na cozinha a devolver o prato ao lava loiça. Em casa, portanto, mas com um sabor diferente. / Clara Henriques

      Le Artista da Capa * 388, Sarah Frances Dias

      Sarah comenta que Lisboa é uma cidade mágica, plena de memórias, história e com uma beleza natural que parece espreitar em cada esquina. As cores, as texturas e os reflexos são uma verdadeira inspiração para a alma de um artista.

      Le Capa * 388

      Por Sarah Frances Dias

      Le Editorial * 388 por Benjamin Juíz

      Espírito de escada é aquela coisa que ficou por dizer, entaramelada na garganta e não verbalizada no momento certo. Pouco depois, mais tarde, é que te vem a coisa. Ressoa então: «Raios ma parta, se não devia ter dito isto» ou «Devia era tê-lo mandado ir ter filhos com o Gaspar», normalmente acompanhado de desagrado e de repuxões de cabelos. Se vinho afoga mágoas, Pessoa o saberia, aqui o resultado é um ressabiamento cruzado de rafeiro à cata de alimento e o álcool destoa. O «L'esprit de l'escalier» é uma coisa tramada de aturar. Aconselha-se resposta imediata para não assentar ressentimento (o Huxley o dizia). / Benjamin Juíz

      O Miguel e o Rafa.El não se confundem com espíritos de escada; salta-lhes logo a língua afilada. Deve ser a costela de peixeira da Ribeira que têmSomos parceiros de comunicação do LandArt Cascais 2013, do Alfama-te, do Café Improv, do Pecha Kucha Night Lisboa, do Lisboa, Capital, República, Popular! e daMadame. E gostávamos de ser do Museu de Cera (o Tussauds, não o outro)

      Le Entrevista a Valéria Carvalho por Rafa.El

      Valéria Carvalho regressa para uma apresentação especial de «Chico em Pessoa», peça onde se desmultiplica em Pessoa e se dedica a desfolhar, camada a camada, folha a folha, as mulheres de Chico Buarque. Trocamos uma palavras em antevisão.

      E o que diriam, de facto, Chico Buarque a Fernando Pessoa dos seus personagens, se se encontrassem?

      Penso que encontrariam mais pontos em comum do que poderiam a priori imaginar. Por «detrás» das diferenças, muito mais semelhanças.

      PASSATEMPO Peça do Coração: For Him, a new fragance | 1 e 2

      Sorteiam-se dois bilhetes individuais para esta peça de Mariana Tengner Barros no Negócio. Eis as perguntas:

      Para dia 18 Abril - Nomeia outras duas criações de Mariana Tengner Barros.

      Para dia 20 Abril - Quais os performers a participar desta criação?

      Ambas as respostas para este e-mail.

      PEÇA DO CORAÇÃO: FOR HIM, A NEW FRAGANCE | Negócio | 17 a 20 Abril às 21h30

      Junta o teu nome completo e identificação (BI, CC ou Passaporte) ao teu e-mail de resposta.

      - PASSATEMPO FECHADO - 

      Le Entrevista a Expeão por Fernando Mondego

      Falamos com Rui Pina, largamente conhecido e reconhecido como vocalista dos Dealema. O mote? O lançamento de novo álbum como Expeão, o «O Fim de Todas as Estradas».
       
      Gostava de uma breve apresentação de Expeão e o porquê da escolha deste 
nome de artista. Achas, como apontou Octávio Paz, que o artista não tem
 biografia, a sua biografia é a sua obra - a frase original é «os poetas não têm
 biografia. A sua obra é a sua biografia»?
       
      
O nome EXPEÃO é um nome que te faz pensar no significado, por isso o escolhi. Para mim significa deixar de ser um mero peão no jogo de xadrez que é a sociedade e passar a ser mais autónomo e árbitro do próprio destino.

      Concordo com Octávio Paz, o poeta tem a sua intemporalidade explícita na sua obra.
       

      Le Entrevista a Kumpania Algazarra (Luís Barrocas) por Rafael

      A começar, uma apresentação. Quem são então os elementos desta Kumpania? 9 elementos para 9 anos de história, há aqui coincidências?

      Os membros são: Luís Barrocas no sax alto, voz e guitarra; Luís Bastos no clarinete e sax tenor; Ricardo Pinto no trompete; Francisco Amorim no trombone e guitarra; Paul Robert no trompete; Pedro Pereira no sousafone e baixo eléctrico; Hélder Silva na percussão e electrónica; Gil Goncalves na tuba; Hugo Fontainhas na bateria.

      É uma coincidência, pois o número de elementos foi mudando: no início eram 7, já fomos 11, e agora 9. Não somos muito estáticos.

      Le Entrevista a Rafael Vieira (Le Cool Team) por Marta Santos

      Não eras arquitecto?

      Essa forma verbal não existe para quem se fez arquitecto ou realizador, viste o Niemeyer? Até fenecer, desenhou. Agora que não abunde que arquitectar, é outra loiça. Nunca se deixa, nunca deixei nestes 11 anos, somando-lhe os cinco académicos em Coimbra, de esquissar e pensar o espaço que me rodeia. É uma bendição.

      Haverá, nalgum código deontológico ou nalguma brochura da ERC, por exemplo, penalizações previstas para isto de entrevistar o «patrão»...

      Não.
      Por falar em relvismo... José Relvas, o «escolhido» para proclamar a República, a 5 de Outubro de 1910, da varanda da Câmara Municipal de Lisboa, afirmou certa vez que o «desengano foi cruel». Tempos cruéis em Lisboa? Ou o Tejo limpará tudo?

      Já que comentamos um Relvas, eu endereço-te outro. Não aquele que anda por aí nas equivalências do mundo, mas o pai desse teu José Relvas, que conheci quando fui a uma Feira do Cavalo na Golegã. Carlos Relvas, fotógrafo da dobra do século que tem Casa-estúdio. Museu. A visita vale bem uma ida. 

      Eu sou um optimista optimizado. Apontar desenganos é óptimo à mesa de café ou no Estádio. Mas depois do segundo cigarro que estou a deixar de fumar ou de se esfumar a espuma do quarto fino, pois faço tudo a pé ou de bicicleta, as ideias e as possibilidades continuam a brotar.

      Tu, como o Afonso Henriques, vieste lá de «xima». Dizem que os convertidos são os piores. Já te sentes, digamos, alfacinha?

      Eu vim do meio, de Coimbra, de onde alguns também anunciam ter vindo esse nosso primeiro Afonso. Talvez de Coimbra, talvez de Viseu, enfim. Em Coimbra está também o seu túmulo, naquele que é um dos dois Panteões Nacionais portugueses. O outro está "inacabado" ali em Alfama. Divago.

      Não me converti, fiz uma translação. Coimbra é uma cidade-postal e será sempre a primeira. Temos Torga, togas, repúblicos e repúblicas, Chanfana e Queijada de Pereira. Sopa da avó, uma sagrada família, um conforto com lareira, uns terrenos para cultivar e um leite-creme de tia. Pode-se ser aeminiense e alfacinha ao mesmo tempo, estou confortável. 

      Mas, também os futricas me apoiarão nisto, é-se da Briosa para sempre. O casco velho de Coimbra é o melhor sítio para conduzir em Portugal, sublinho-o em terceira. Como sou o maior teimoso que conheço acima ou abaixo do Mondego, continuo a pedir «uma nata» e «um fino», a dizer joêlho e pintêlho, a ler ministro e não menistro, a soletrar pis-cina e a usar cruzetas para dependurar as camisas, esteja no Chiado ou no Choupal. Só me falta é perceber se o Fado de Coimbra é também património imaterial.

      Muitos forasteiros afirmam que a vida urbana em Lisboa não tem de invejar a ninguém. No entanto, perdura aquela sensação desconfortável de que a verdadeira vida está lá fora, mesmo que seja em Barcelona ou Hamburgo... Uma perspectiva defeituosa?

      Pois eu já habitei Barcelona e prefiro Lisboa. E em Hamburgo encontras natas e café Delta, alguns dos combustíveis necessários. Cada português é que, por defeito, tem que ir. Seja para onde for. O desconforto pode advir é de não poder. É a nossa Hajj, andar por aí como Camões, sem palas. Também me chateia ficarmos inchados quando é alguém de fora a dizê-lo. Temos que perceber de uma vez para todas, que esta cidade é extraordinariamente rica. E que os percalços lhe fazem parte.

      A cidade não corre o risco de vender a alma ao turismo?

      Corre o risco de vender mais postais e miniaturas da Torre de Belém. Só no 28 é que bufo com a amálgama de turistas e nos passeios do Chiado devia ser imposto um livro de código para peões. Em mandarim e russo também, já a contar. Mas na Morais Soares acontece o mesmo e ouve-se português. No centro é que há muitos senhorios que vendem arrendamento-a-dias a milhares de almas. O que é pena, pois podiam arrendar a anos a outros milhares. E estes, claro está, podiam perfeitamente conviver com uns quantos hotéis e hostels, com ou sem charme.

      O orçamento participativo de Lisboa tem contado com a tua contribuição. Tens necessidade de pensar a cidade com outra pretensão? 

      Já participei em dois com três projectos: «Vilas Criativas» e o «Verde em Rede» (com Inês Mendes, Joana Lages e Maria Fonseca) e «Gema» com Liliana Marante. Talvez contribua este ano, é a ver. Isto tem a ver com o que te respondi na primeira pergunta, não há como o contornar, Lisboa surge-me a quatro dimensões.

      A maioria das pessoas em «Lisboa» vive nos subúrbios. Não faria sentido uma reorganização administrativa mais profunda do que o colar a cuspo freguesias?

      Vive nos subúrbios, mas desloca-se para o restante. As novas freguesias fazem sentido e nem esta foi a primeira ou única reforma de Lisboa. A nova freguesia de Santa Maria Maior, por exemplo, tem uma lógica muito atraente. Não só no mapa. Agora parece-me que se podia pensar numa coisa à Tóquio, que está dividida em grandes porções urbanas que são administradas como cidades. Há depois uma entidade maior que as une, para o necessário. É que há várias lisboas e faz-me confusão estar no Barreiro a desconsiderar aquilo como subúrbio. Um passo interessante seria criar um organismo metropolitano activo, que ligasse as pontas e as pontinhas.

      A Le Cool Lisboa perdurará na eternidade?

      Na eternidade à escala de revista, claro.

      O Rafael é editor da Le Cool Lisboa desde Junho de 2010.

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      * Originalmente publicada em 15 de Abril de 2013, na Le Cool Lisboa * 387