Le Capa * 266

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* Originalmente publicada a 16 de Dezembro de 2010, na Le Cool Lisboa * 266

Le Artista da capa * 266, Ana Gil

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* Originalmente publicada a 16 de Dezembro de 2010, na Le Cool Lisboa * 266

Le Entrevista a Gustavo Behr por Marcelo Valadares


Gustavo Behr é Presidente da Casa do Brasil de Lisboa

Há quanto tempo em Lisboa? E como veio por cá parar?
Estou em Lisboa desde 1988. Vim ainda criança, acompanhando a minha mãe que vinha fazer o doutoramento dela aqui. O que era para ser temporário transformou-se num novo lar.

Como se envolveu com a Casa do Brasil?
Já conhecia a Casa do Brasil, de algum tempo. Mas quando acabei o meu curso procurei a Casa do Brasil para ver no que podia ajudar. Inicialmente ajudei dando apoio jurídico a brasileiras e brasileiros. Depois tive a felicidade de integrar a direcção.

Para já, explique-nos quais são as principais funções da Casa no contexto Lisboeta e como ela surgiu.
A CBL surgiu em 1992 mais vocacionada para a área cultural, debates e intervenção cívica. Com o passar do tempo ela se consolidou da forma que é hoje. Tem 3 vertentes: cultural; de apoio aos cidadãos e de intervenção política. A intervenção fundamenta-se sempre nas questões que vamos ouvindo dos nossos associados que nos procuram; suas preocupações e seus anseios. Fazemos chegar as suas preocupações às autoridades portuguesas e brasileiras.

Le Capa * 265

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* Originalmente publicado a 9 de Dezembro de 2010, na Le Cool Lisboa * 265

Le Artista da capa * 265, Bruna Gonzalez

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* Originalmente publicado a 9 de Dezembro de 2010, na Le Cool Lisboa * 265

Le Entrevista a Frederico Carvalho por La Cucarafa


Apresenta-te 

Frederico Carvalho, 36 anos, nascido em Lisboa, profissionalmente…? Um produtor de ideias.

Porquê Lisboa? 

Algures num mural da cidade está escrito Lisboa é boa. Esta é a melhor justificação que consigo encontrar. Lisboa oferece-nos matéria para nos apaixonarmos nela, com ela e por ela. Ela é velha e nova, é grande e pequena, é bonita e feia, é animada e calma, é verde e cinzenta, é rápida e lenta, é cidade e aldeia... é um espaço que acolhe ou pode acolher tudo e todos. Apaixonei-me por Lisboa quando a percebi e quero amá-la, só isso... e quem ama faz.

Que projectos tens concretizado? 

Organizo eventos na cidade desde 2007. Tudo começou no âmbito da comunidade de viajantes CouchSurfing onde desempenhei a função de embaixador do projecto em Lisboa. Durante este período ajudei a organizar inúmeras actividades destinadas essencialmente a viajantes, para que desta forma usufruíssem da cidade pelos olhos de quem cá vive. Entretanto comecei a olhar mais para o lisboeta… Desde o inicio de 2010 que passei a focar a minha atenção numa área específica da cidade - Alfama, onde moro, e com alguns amigos criei o projecto Alfama-te. O Alfama-te organiza inúmeras actividades que visam promover Alfama e tudo o que acontece nesta zona da cidade. Desde projecções através do núcleo Cinalfama, festas temáticas, filmagens suecadas e artes performativas na rua há um pouco de tudo.

Alfama é uma princesa a descobrir ou uma varina velha? 

Diria que é um misto das duas… Alfama consegue ser um recanto de cantos encantadores, com pessoas afáveis, divertidas, uma verdadeira aldeia dentro da cidade. Mas ao mesmo tempo é de pêlo na venta e faca na liga… Descobrir e viver esta dicotomia é que a torna tão interessante. Alfama é observar o fadista vadio que assobia às bifas passando pelo rufia que carrega os sacos da tia entravada enquanto alguém berra à janela que se faz tarde para o almoço. É estar sentado numa esplanada a apreciar quem não sabe apreciar Alfama e se passeia num qualquer trangolarango eléctrico com GPS integrado, provocando sorrisos na fauna local… Alfama é ouvir fado na rua, jogar à bola com os putos, ver um filme projectado numa parede de uma igreja, beber umas ginjas, dar de caras com um concerto improvisado num beco, um jogo de lerpa nas escadarias, observar os telhados na tela de um artista anónimo num qualquer miradouro…

Frase teaser para quem visita Alfama. Como já alguém disse: há um novo verbo na cidade – Alfama-te!

Um sítio de fado em Alfama. Toda a zona de S. Miguel – o fado acontece ali.

Uma tasca em Alfama. A Ginja de Alfama na Rua de S. Pedro.

Um local de copos. O Tejo Bar. O Tejo Bar é daqueles sítios que nem queria divulgar, é como um segredo bem guardado... Antro de pessoal das artes. Se sabes tocar um instrumento irás sentir-te em casa pois aqui podes tropeçar numa bossa nova arrancada à viola, num fado à guitarra, numas passagens de piano, leitura de poemas e receitas (sim... receitas!), violino, flauta, e mais que tragas. É como estar na sala de estar de um amigo. Ah... estás a ver os pacotinhos de açúcar da Tofa? Pois... o Mané do Café é quem toma conta do Tejo Bar.

Uma personagem de Alfama. Esta é difícil… mas recomendo uma passagem em frente à Igreja de S. Miguel e troquem uma conversa com uma senhora que lá está sentada no banco de jardim acompanhada do seu caniche e pacote de vinho – uma pérola. Já agora… levem-lhe um cigarro.

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Alfama-te | www.alfama-te.com

Capa Le Cool * 000

por Rui Figueiredo

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* Originalmente publicado a 2 de Dezembro de 2010, na Le Cool Lisboa * 000

Le Entrevista ao Joel Moedas Miguel por Rafael

Conversar com o Joel do Culturas da Horta é partilhar de uma paixão profunda pela terra e é também beber de um entendimento que vem de quem aprendeu a respeitá-la desde antes e de quem a concebe em certeza de palavra e convicção, como sendo absolutamente necessário estar em perfeita harmonia e comunhão com o homem. A conversa é despoletada pela presença da sua banca de venda de produtos biológicos no Mercado Biológico ao Príncipe Real, entrecortada pela passagem no Moleiro ali perto e rematada - já depois - com deliciosa laranja de sua produção.

A Culturas da Horta começou com os pais do Joel, ela de Belas Artes e ele, de seu nome João Maria Moedas Miguel, tinha produtora de televisão, foi repórter de imagem e director de fotografia em inúmeras produções. Tinham um terreno de familiares e começaram a cultivá-lo, tendo formado a empresa em 2007.

O Joel é formado em História e deu aulas durante dois anos - mas a falta de paciência para a metodologia de ensino (mantém interesse especial e próximo em investigação) e a morte do pai, levaram a que gradualmente passasse para os terrenos, para o cultivo do terreno familiar e para a empresa ao lado da mãe.

A empresa foi reformulada em 2009 e desde Março de 2009 que se instalaram no Mercado do Príncipe - vendendo para a Biocoop no Figo Maduro, para os Brio (que são já dois quase a tornarem-se em três), para o Miosótis no Campo Grande e fornecem ainda o Puro Acaso no Calvário e o Paladar Zen à Na Sra de Fátima, enquanto pensam em se instalar também no Mercado Biológico de Cascais. É interessante reparar no seu cuidado ao detalhe de juntar poemas de Caeiro, de Espanca, et caetera e também receitas, aos cabazes de produtos biológicos que distribuem aos clientes, os biocabaz (a casa, via mail, pelo Natal e pela Páscoa) essa é também parte da explicação para o nome da empresa.

A outra é a atenção ao modo de produção - não há intervenção sintética, há equilíbrio com a terra, a busca da harmonia em bio-diversidade. A filosofia não é ambientalista, mas sim pela lógica da sustentabilidade, não há estufa, apenas abrigo e produtos exteriores apenas os homologados, é uma agricultura semi bio-dinâmica, mais natural e de permacultura. E essa sustentabilidade perpassa não apenas no que produzem mas também no relacionamento humano, é da mais fina filigrana de cortesia e simpatia o tratamento por parte da mãe e do filho da Culturas da Horta para com os demais.

Culturas da Horta aqui > http://culturasdahorta.blogspot.com

Todos os Sábados no Mercado de Produtos Biológicos do Príncipe Real, entre as 7h30 e as 14h30

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Entrevista feita no Moleiro ao Príncipe Real, Reportagem fotográfica por Rui Soares

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* Originalmente publicada a 2 de Dezembro de 2010, na Le Cool Lisboa * 264

Le Entrevista a Eduardo Condorcet por Rafa


Nome, descrição sucinta e como te descreves profissionalmente.
Essa sempre foi uma questão algo complicada de responder. Comecei por ser músico (actividade que ainda vou praticando) e assim me registei nas Finanças. A seguir liguei-me ao teatro ainda como músico e actor. Quando terminei o curso da Nova em Comunicação comecei a ser encenador e realizador. Nessa altura quando em inquéritos me perguntavam a profissão, para simplificar continuava a responder músico.

Hoje em dia já é impossível ir descrevendo o que faço. É que às outras acresceu, actor de dobragens, argumentista/guionista, editor/montador, docente universitário, produtor de vídeo, cinema e teatro, criador de cross platform e new media e investigador. Da última vez que fiquei sem emprego o meu avô comentou, “Com que é que estás preocupado, sabes fazer tantas coisas?” Ainda não ganho dinheiro como cozinheiro, mas se a crise se mantiver...