Le Crónica por Eduardo Condorcet

Joaquim Paulo Nogueira e o realizador Jorge António pareceram não ter dúvidas, quando há 20 anos encenaram a primeira peça juntos, "daqui a vinte anos encenamos outra". Meu dito, meu feito e o resultado é 3 Actores à Procura de um Papel, a peça que trazem ao Teatro da Comuna de 19 a 20 de Janeiro. Neste texto, Oceana Basílio, Ângelo Torres e João Cabral, trazem à cena três atores que entram para uma sala para realizarem um casting público.

Uma voz off explica o jogo e as regras: os atores vão ter de entrar em cinco cenas, onde representam personagens diferentes que lhes são atribuídas em segredo.

Ao longo do tempo em que estão juntos vão começar a cruzar as suas histórias de vida e a sofrerem influência dos personagens que representam. Cada história manifesta o seu traço de contemporaneidade, apontando os autores a mira à precariedade, ao terrorismo, às doenças terminais ou à identidade sexual.

Neste trás para a frente de performance teatral o texto flui ágil prendendo o espetador às diversas histórias contadas, mesmo se, não cedendo à facilidade, as transições serem por vezes alargadas misturando-se muito do material das "improvisações encenadas" com as emoções dos atores/personagens em palco. No final, não sabemos inteiramente o propósito desta sessão de casting (afinal para que é o papel em disputa) ou acerca da instituição que está por detrás da voz do altifalante. Subentende-se o establishment, as constrições da vida ou a própria vida em si. Com este recurso cénico, a atenção do espetador não deriva para a desconstrução social ou política, mas mais para o campo do veste-despe de trajos e emoções que é matéria da prática teatral.

onde
Teatro da Comuna, Praça de Espanha
mapa de localização

quando
5ª, 6ª e sáb às 21h30, dom às 16h | Até 2 fev

quanto
10€

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* Originalmente publicado a 26 de Janeiro de 2012, na Le Cool Lisboa * 324

Le Capa * 324

Por João Carmo

Le Entrevista a Aviva Obst por Rafa


Bom dia Lisboa,

Espero que te encontres bem, pois de momento encontro-me por terras além do teu rio. Quando estou por aí, as minhas atividades estão mais ligadas à área da arte e cultura contemporânea, programando e montando exposições de jovens artistas, dando umas dicas de Moda aqui e acolá, produzindo festas invulgares com temáticas absurdas... Poderá chamar-se uma vida cosmopolita, como dizem. Licenciei-me em História da Arte, estagiei no Museu do Chiado e em Serralves; na figuração, enquanto estudante, já fiz cirurgias e fui campeã de danças de salão.

Aviva, porquê Aviva perguntas-me. Aviva significa primavera em hebraico. Nasci na primavera de 1986, filha de mãe católica e pai judeu, numa terra chamada Florida. Mas o nome já me estava destinado muito antes destes pontos se ligarem. A minha mãe, ainda longe de ser mãe, havia conhecido uma tailandesa em África chamada Aviva, por quem ficou com um carinho muito grande, decidindo, então, se um dia tivesse uma filha, dar-lhe-ia este nome tão 'musical'.

Le Capa * 322

Por Zana

Le Entrevista à Sara Picnicsete por Rafa


Sara, nascida em Lisboa nos 80’s, designer gráfica de formação, trabalho como arte finalista numa agência de publicidade e quando posso ou me apetece sou criativa de uma forma ou de outra, porque me dá tanto prazer e até é terapêutico. Gosto de colchas com flores, almofadas de kilim, mobiliário vintage, filmes, quadros, comida colorida, piqueniques, no fundo, gosto de coisas bonitas, o lado estético da vida é coisa que me assiste :p

Que projectos trazes na lapela - e não apenas o Picnicsete.

O picnicsete é o meu primeiro “bebé” e não tenciono que seja o único. De facto tenho algumas ideias soltas que envolvem viagens, pessoas com personalidade e culturas que lhes assentem mas neste momento estou a tentar focar-me ao máximo no picnicsete, tal como um recém-nascido ainda precisa de todo o cuidado e atenção só para ele. Estou a trabalhar em novas ideias para na primavera pôr meio mundo a piquenicar.

Le Capa * 321

Por Vaida Elena Šulskutė