Tenho uma colecção de hipnotismos quanto a Lisboa. Antes, nesse longíquo antes, ouvi-a descrita em canção como a cidade dos loucos. Um estribilho que sabia ser e interpretava como tal, dedicado não tanto a males de mente, mas a bens de coragem. Uma malta que era, ainda à distância e agora confirmando, loucamente apaixonados pela sua cidade.
A moldura alpina em recortado de colinas contra o horizonte, hipnotiza. A garganta do Tejo e as casas de Maluda a tocar-lhe os cabelos de margem, hipnotiza. A história de todos os becos e todos os filmes que falta deles fazer e todos os livros que falta deles escrever, hipnotiza. A cor dos cacilheiros e dos barcos, em bandeira muito própria e em aguada reflectida sobre o nosso Tejo, hipnotiza. A ponte que é mais nossa do que dos postais ou os eléctricos que reconhecemos pelo chilrear montanha-lusa abaixo, hipnotizam. E as gentes alfacinhas, em todos os seus cambiantes de mais ou menos verde, continuamente, me hipnotizam.
A ti não?
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