Le Entrevista a Andresa Salgueiro por Marg Martins


Andresa Salgueiro acredita que conseguirá viver durante 1 ano, 11 dias, 1 hora e 1 minuto com apenas 1111€, a contagem começou a 11 de Dezembro de 2011, acreditam que ela seja capaz?

Eu até percebo a simbologia do 1, conotado com início, pioneiro e por aí fora, mas porquê este número?

Foi apenas uma data de coincidências que foram surgindo ao longo do tempo em que fui construindo o projeto, datas, números de portas, número de pessoas numa reunião... tudo partia do 1, depois 11, depois 111 e 1111€! Depois porque cada um de nós somos um 1, que todos juntos também somos 1, 1 mundo!


Dirias que 11 de Dezembro de 2011 foi o teu "wake-up moment"? 

Não! O meu “wake-up moment” foi dia 7 de Abril de 2011... e se formos a ver 7 e 4 (mês de Abril) também dá 11. A partir daí foram surgindo ideias, coincidências e tudo começou a ficar mais claro no dia 1 de novembro de 2011.

O que te inspirou a fazer esta paragem? 

Muita coisa... mas essencialmente o desejo, de cumprir a minha missão de vida, que acho que é a de linkar as pessoas, os grupos, o mundo... A vontade de ser uma pessoa mais ecológica, saudável, humana e feliz. O sonho de mudar o mundo. E a necessidade de concretizar os meus 3 sonhos de criança: todos serem felizes à minha volta, um mundo “cor-de-rosa” e toda a gente sorrir!

Se alguém te perguntasse há 11 anos se serias capaz de viver sem dinheiro durante 1 ano, o que lhe dirias? 

Que a pessoa estava “chanfrada” da cabeça e que o melhor seria medicar-se rapidamente... ehehehe... há 11 anos, eu tinha 24 anos e estava a começar a dar as minhas primeiras passadas no mundo dos “adultos” com o meu primeiro emprego. Aí ainda sonhava com um mundo melhor e possível, mas sempre sem abdicar de um mundo sem dinheiro!

Qual foi a troca mais estranha que te propuseram? 

Geralmente não me propõem muitas trocas, sou eu que proponho... mas não há nenhuma estranha. Apenas engraçada: uma rapariga disse que leu que eu não tinha champô e perguntou-me o meu tipo de cabelo porque me queria dar um champô em troca de 1 hora comigo, para me conhecer!

Nesta comunidade de trocas já houve alguém ou algo que te tenha marcado e ter tenha deixado de lágrimas nos olhos, feliz e com orgulho até às pontas dos cabelos por seres a autora deste projeto? 

Sim. Um dia eu precisei de uma prenda para dar a uma amiga e perguntei se alguém tinha algo que me pudesse trocar. Um membro do grupo respondeu afirmativamente e eu perguntei o que queria em troca e a pessoa disse: “Quero que me tire desta depressão!” A partir daí, esse membro está sempre connosco em todos os eventos que fazemos, na organização dos mesmos e noto que a felicidade começa aos poucos a irradiar a sua face!

Achas que este projeto trará esperança aos portugueses e que lhes conseguirá incutir um espírito menos consumista e de maior entreajuda? 

Acho que a esperança sempre esteve nos portugueses, bem como os sentimentos de entreajuda. Como costumo dizer, eu não inventei nada, limitei-me a “moldar”, linkar as coisas, a ser criativa e sentir o que as pessoas já sentiam por dentro. O consumismo não é uma coisa do povo português, mas ficou “marcado” nas nossas vidas, porque desde sempre queremos copiar outros países (ter o maior shopping da Península Ibérica por exemplo) para nos afirmarmos... O povo português não precisa disso, porque dentro dele, tem tudo o que precisa!

No teu blog escreves sobre os teus objetivos para o projeto Believe, já passou mais de 1 mês desde o início deste desafio, o que alcançaste até agora? 

A confirmação de que o mundo pode mudar e que é Portugal que tem a resposta! A confirmação de que todas as pessoas são seres humanos independentemente da raça, credo, estilo de roupa, classe social, orientação sexual, homem ou mulher, criança ou idoso... basta acreditarem neles, nos outros e no mundo!

“Believas” em quê? 

Pode parecer um cliché, mas a única coisa que acredito é no AMOR! Ou não fosse ele a razão de tudo isto!

Links
http://vivoatroca.blogspot.com

Fotografia por Isabel Figueiredo

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