Joana Vitória
Martins. Pau para toda a obra, desde estilista, a monitora de atelier,
empregada de mesa, professora de arte-terapia, promotora de bebidas, a
coordenadora de projectos de voluntariado.
Lisboa, será menina e moça para sempre na minha alma e coração. Sou alfacinha de gema, no meio de mais 6 tipos de sangue. Lisboa fez-me ser quem sou, quem quero ser e aonde quero estar. Mas neste momento, Lisboa está longe, mas perto. Agora. América do Sul. Peru. Cuzco. Apesar de todas as qualidades da minha bela cidade no país à beira mar plantado, algo me faltava.
Vazio, materialismo, stress em Lisboa. Solução: viajar. Alargar novos horizontes. Enfrentar os meus medos. Novembro. Lisboa - Rio de Janeiro – Argentina – Chile – Peru em Cuzco. Dezembro. De uma vulgar viagem a Machu Pichu, resultou uma estadia na cidade perdida sem data para terminar e com muita vontade de continuar e crescer.
Trabalho com o mais me faz sorrir. Pessoas. Desde as mais pequeninas onde se torce o pepino, até às mais verdadeiras e sábias rugas. Crianças que por alguma crueldade da vida foram obrigadas a crescer, a uma maravilhosa família tradicional no Vale Sagrado de Machu Pichu, à mais humilde comunidade que desde há um ano atrás por causa das cheias ficaram sem absolutamente nada e esquecidas na mentira que é este país no coração da América Latina.
Apaixonei-me pela ingenuidade destas pessoas, tão antigas que acabaram por cair no esquecimento de quem as colonizou. Apaixonei-me por toda esta colorida cultura e natureza pura. Desde os vales verdes do Vale Sagrado, à energia da vila de Tika Tika, às luzes em forma de crescendo pelas colinas que rodeam a Plaza de Armas. Cuzco, a cidade que parece que é sempre Natal.
Apaixonei-me por todas estas qualidades do ser humano, até que me apercebi que não podia virar costas perante esta realidade. Uma dura realidade, com necessidades com tempo de resposta bem urgentes. Realidade essa que procurava há algum tempo, que tentei no meu país, mas que devido às infelizes burocracias e falta de vontade de trabalhar dos demais ainda hoje aguardo respostas. Era porque não tinha que ser. Acredito que tudo na vida tem uma razão para acontecer.
Aqui sinto. Posso resumir assim. Aqui a ajuda está ao virar de cada esquina. Aqui ajudo com o pouco ou muito que tenha, ninguém me vai julgar por nada. De onde venho, da minha cor, da minha carteira, dos meus defeitos ou qualidades, do tipo de música que gosto ou da minha forma de estar na vida. Aqui é muito mais que isso. É necessidade. Cada um dá aquilo que tem. E tudo o que tenho vou dar até não poder mais.
Em Cuzco, encontrei-me. Era o início do traço que faltava no meu caminho. Para me sentir mais pessoa, para me sentir mais mulher, para me sentir mais amiga, para me sentir mais família, para me sentir mais profissional, para me sentir mais viva.
Não podemos mudar o mundo de uma vez só, mas podemos fazer uma pequena diferença em cada dia que vivemos, e isso sim, para outros pode ser a maior diferença que alguém alguma vez fez por ti.
Lisboa tenho saudades de ti. Das ruas estreitas. Do cheiro a sardinha assada. Do som do eléctrico a subir e descer o bairro que é a minha casa: Bica e Santa Catarina. Das tardes no Adamastor e dos engates no Cais do Sodré. De comprar o jornal de manhã e beber o meu café na Bijou do Calhariz. Do meu fado vadio no Vai Tu. Do bife na pedra do Cabaças. Das noites africanas na D. Isabel e na Mouraria. De adormecer no meu sofá. Do meu vinho tinto, um cigarro e um bloco de notas. De fechar os olhos, apoiada na minha janela e sentir a nostalgia da cidade na brisa do Rio Tejo. Lisboa é tudo isto e muito mais. Lisboa é tudo o que quisermos que seja.
Quero voltar. Um dia. E comigo trazer todo o sangue que me corre nas veias. Toda a gana de viver que sinto neste momento. Toda a sabedoria que vivo e que vou viver e assim quero continuar o meu caminho. Neste momento daqui para aí, quero partilhar tudo o que sinto. E receber tudo o que partilho. De ser aquele “bocadinho assim que faltava”. De trazer para o meu país que valores como o egoísmo, hipocrisia e inveja estão fora de moda, principalmente às novas geraçôes. De proporcionar caminhos, para que estejamos mais tranquilos com o nosso dia a dia. De trazer algo positivo para a nossa educaçâo que tanto carece de uma grande mudança. Quero que seja esse o meu futuro. Dar, receber e ser feliz com isso. Mas por vezes, temos de ser nós próprios a trazer algo para dentro de nós.
Clichés? Claro. Encontrar o meu homem, ter 6 filhos e viver numa quinta algures entre América do Sul e África. E poder desfrutar de uma vida inteira saudável rodeada de todos os que preenchem um cantinho no lado esquerdo do meu peito. Um futuro? Trazer luz. Trazer tudo de positivo que couber dentro de mim, gracas a Lisboa, gracas ao Peru, graças à América do Sul, graças a todos os que estão do outro lado do Oceano a acreditar em mim.
Algo que estou a encontrar e que quando voltar quero partilhar.
___
Acompanha-me por aqui :
www.fromsudamericatotheworld.wordpress.com
www.mariposasinalascrecenpiernasfuertes.wordpress.com
www.lokihostel.com
Lisboa, será menina e moça para sempre na minha alma e coração. Sou alfacinha de gema, no meio de mais 6 tipos de sangue. Lisboa fez-me ser quem sou, quem quero ser e aonde quero estar. Mas neste momento, Lisboa está longe, mas perto. Agora. América do Sul. Peru. Cuzco. Apesar de todas as qualidades da minha bela cidade no país à beira mar plantado, algo me faltava.
Vazio, materialismo, stress em Lisboa. Solução: viajar. Alargar novos horizontes. Enfrentar os meus medos. Novembro. Lisboa - Rio de Janeiro – Argentina – Chile – Peru em Cuzco. Dezembro. De uma vulgar viagem a Machu Pichu, resultou uma estadia na cidade perdida sem data para terminar e com muita vontade de continuar e crescer.
Trabalho com o mais me faz sorrir. Pessoas. Desde as mais pequeninas onde se torce o pepino, até às mais verdadeiras e sábias rugas. Crianças que por alguma crueldade da vida foram obrigadas a crescer, a uma maravilhosa família tradicional no Vale Sagrado de Machu Pichu, à mais humilde comunidade que desde há um ano atrás por causa das cheias ficaram sem absolutamente nada e esquecidas na mentira que é este país no coração da América Latina.
Apaixonei-me pela ingenuidade destas pessoas, tão antigas que acabaram por cair no esquecimento de quem as colonizou. Apaixonei-me por toda esta colorida cultura e natureza pura. Desde os vales verdes do Vale Sagrado, à energia da vila de Tika Tika, às luzes em forma de crescendo pelas colinas que rodeam a Plaza de Armas. Cuzco, a cidade que parece que é sempre Natal.
Apaixonei-me por todas estas qualidades do ser humano, até que me apercebi que não podia virar costas perante esta realidade. Uma dura realidade, com necessidades com tempo de resposta bem urgentes. Realidade essa que procurava há algum tempo, que tentei no meu país, mas que devido às infelizes burocracias e falta de vontade de trabalhar dos demais ainda hoje aguardo respostas. Era porque não tinha que ser. Acredito que tudo na vida tem uma razão para acontecer.
Aqui sinto. Posso resumir assim. Aqui a ajuda está ao virar de cada esquina. Aqui ajudo com o pouco ou muito que tenha, ninguém me vai julgar por nada. De onde venho, da minha cor, da minha carteira, dos meus defeitos ou qualidades, do tipo de música que gosto ou da minha forma de estar na vida. Aqui é muito mais que isso. É necessidade. Cada um dá aquilo que tem. E tudo o que tenho vou dar até não poder mais.
Em Cuzco, encontrei-me. Era o início do traço que faltava no meu caminho. Para me sentir mais pessoa, para me sentir mais mulher, para me sentir mais amiga, para me sentir mais família, para me sentir mais profissional, para me sentir mais viva.
Não podemos mudar o mundo de uma vez só, mas podemos fazer uma pequena diferença em cada dia que vivemos, e isso sim, para outros pode ser a maior diferença que alguém alguma vez fez por ti.
Lisboa tenho saudades de ti. Das ruas estreitas. Do cheiro a sardinha assada. Do som do eléctrico a subir e descer o bairro que é a minha casa: Bica e Santa Catarina. Das tardes no Adamastor e dos engates no Cais do Sodré. De comprar o jornal de manhã e beber o meu café na Bijou do Calhariz. Do meu fado vadio no Vai Tu. Do bife na pedra do Cabaças. Das noites africanas na D. Isabel e na Mouraria. De adormecer no meu sofá. Do meu vinho tinto, um cigarro e um bloco de notas. De fechar os olhos, apoiada na minha janela e sentir a nostalgia da cidade na brisa do Rio Tejo. Lisboa é tudo isto e muito mais. Lisboa é tudo o que quisermos que seja.
Quero voltar. Um dia. E comigo trazer todo o sangue que me corre nas veias. Toda a gana de viver que sinto neste momento. Toda a sabedoria que vivo e que vou viver e assim quero continuar o meu caminho. Neste momento daqui para aí, quero partilhar tudo o que sinto. E receber tudo o que partilho. De ser aquele “bocadinho assim que faltava”. De trazer para o meu país que valores como o egoísmo, hipocrisia e inveja estão fora de moda, principalmente às novas geraçôes. De proporcionar caminhos, para que estejamos mais tranquilos com o nosso dia a dia. De trazer algo positivo para a nossa educaçâo que tanto carece de uma grande mudança. Quero que seja esse o meu futuro. Dar, receber e ser feliz com isso. Mas por vezes, temos de ser nós próprios a trazer algo para dentro de nós.
Clichés? Claro. Encontrar o meu homem, ter 6 filhos e viver numa quinta algures entre América do Sul e África. E poder desfrutar de uma vida inteira saudável rodeada de todos os que preenchem um cantinho no lado esquerdo do meu peito. Um futuro? Trazer luz. Trazer tudo de positivo que couber dentro de mim, gracas a Lisboa, gracas ao Peru, graças à América do Sul, graças a todos os que estão do outro lado do Oceano a acreditar em mim.
Algo que estou a encontrar e que quando voltar quero partilhar.
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