Béatrice Dupasquier, francesa, 37 anos, nasci na Borgonha do Sul, uma região onde comida e bebida faz parte das tradições. O meu pai ensinou-me muito cedo a importância das matérias primas de qualidade para ter bons produtos finais; sou apreciadora de bons vinhos, e gosto de viajar. Saí da França em 97, por acaso, para ajudar uma amiga em Londres e fiquei lá 2 anos.
Seguindo o sonho de conhecer a Austrália, comprei uma mochila, a passagem e fui, fiquei por lá 18 meses até ter uma proposta de trabalho para Rio de Janeiro, onde passei 6 anos da minha vida. No final de 2006 decidi que precisava de mais um desafio, e comecei a procurar outro sitio para trabalhar, outro país para conhecer e assim cheguei a Lisboa . Gosto de musica clássica e toco flauta transversal.
Sempre quis ser pasteleira, e não sei porquê - devo ter isso no sangue, mesmo pequena nunca comi muitos doces mas sempre adorei fazê-los, trabalhar os produtos e ver as texturas, as reacções químicas entre os produtos. A coisa também que às vezes me faz confusão é que no meu trabalho sou muito organizada, muito teórica, gosto das coisas feitas com regras e antes de mudar qualquer procedimento preciso verificar a necessidade do mesmo e comprovar que vai me dar melhor resultado. Ao contrário da cozinha, a pastelaria é muito rigorosa, pesa-se tudo e a ordem de mistura dos ingredientes numa receita é fundamental.
Mas na minha vida pessoal sou uma pessoa completamente diferente, gosto de fazer o que me apetece na hora que me apetece. Tal como a paciência, que não é a minha maior qualidade, posso passar horas e horas a fazer flores de açúcar ou a trabalhar com chocolate.
A pastelaria francesa evoluiu muito, antigamente usava-se muita manteiga e natas, hoje os bolos são equilibrados em termo de sabores e açúcar. Tenho um "Atelier", onde produzo os doces e bolos, definido como produção artesanal. Trabalho sob encomenda, a ser levantada no atelier ao fim do dia. Não tenho horários fixos para trabalhar, à excepção dos fins de semana, onde abro portas para venda de croissants francês (feitos com manteiga), napolitanas (pão de chocolate), caracol, folhados de maçã (Chaussons aux Pommes) e baguettes das 8h00 as 13h00.
Aproveito também para desenvolver a cada fim de semana uma sobremesa tradicional diferente, geralmente em porção individual, o que permite aos clientes o poder comprar a quantidade que quiser e descobrir e conhecer os meus produtos. Trabalho com produtos sempre frescos, faço os doces à medida. Sou muito flexível e gosto de poder personalisar encomendas quando o cliente pede.
Sou um pouco um alfaiate da pastelaria francesa.
Faço Petits Fours, os incontornáveis "Macarons", "Charlotte", "La Reine", "Fraisier" e "Framboisier", "Saint Honoré". Tarte de frutos fresco, Tarte de frutos cozidos, Tartes de maçã, a tradicional Tarte Tatin, a Tarte "Normande", a Clássica e a Tarte Fine. Éclair, Choux, Religieuse, Prais Brest. Também faço os doces em função da época do ano, Buches de Noel, Galette des Rois, ovos e galinhas de Páscoa. Trufas de chocolate e muito mais.
Apaixonei-me por Lisboa, pela luz e pelas cores do céu, que fazem cada dia ser diferente e especial, os azulejos são lindos, gosto muito do azul tradicional deles e os chafarizes da cidade são muito charmosos. Estou mesmo "In Love". Se Lisboa fosse um doce seria um Bolo-rei! Doce e perfumado, com sabores refinados de especiarias difíceis de definir mas tão agradáveis e com os frutos cristalizados que amadureceram no sol do Algarve. Aquela cor castanha que esconde uma massa que pode ser tão fofa se fôr bem feita.
De Lisboa sugiro "A Linha d'Água", no alto do Parque Eduardo VII, escondido, simples, tranquilo e muito agradável. Já passei lá muitas horas. O Peter's no Parque das Nações, onde se comem as melhores tostas mistas. O Jardim do Príncipe Real e o Pavilhão Chinês. No Príncipe Real sinto-me a voltar no tempo, a uma época imperial e no Pavilão Chinês dá-me a sensação de entrar na quinta dimensão, de estar noutro mundo.
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Pastelaria Francesa
Atelier Rua do poço dos Negros n51, Lisboa
www.pastelariafrancesa.com
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