Sueli de Souza, sou fotógrafa, paulistana que viveu 10 anos no Natal e está há 1 ano, entre idas e vindas, em Lisboa. Sempre fui movida pelo amor e a minha vinda para Lisboa não poderia dar-se por outro motivo. Conheci uma pessoa no Brasil e um desejo que já existia antes, tomou forma, a paixão antecipou meus planos e vim parar em Lisboa de mala e cuia!
A fotografia entrou na minha vida quando tinha, aproximadamente, 18 anos. Nesta época, tinha um namorado que fazia tudo por mim, um dia manifestei o desejo de uma câmara fotográfica, um tempo depois, ele me deu de presente uma Canon analógica. O namoro acabou e a Canon ficou. Depois, a vida me levou por outros caminhos e virei produtora de TV, comerciais e documentários. Há, aproximadamente, 6 anos a fotografia voltou à minha vida, por acaso: um dia comprei uma Sony digital e, meio na brincadeira, comecei a fotografar. Como estava envolvida no meio artístico, o que era um hobby começou a virar uma profissão, comecei a ter convites para fotografar shows e fiz alguns trabalhos em fotojornalismo. Quando vi já estava completamente dentro deste mundo.
Lisboa é o paraíso de qualquer fotógrafo, tem a luz mais fantástica que existe e, por aqui, além de fotografar festivais de música, cobrir eventos e política, também, adoro perder-me pela cidade e fotografar as cenas do quotidiano.
Gente é o meu assunto preferido, mas é impossível não se render aos cartões postais que Lisboa oferece. Todos os dias, sempre que volto para casa, tenho fotografias, que imediatamente vão para o meu blog, que funciona como informativo, diário do quotidiano, relatando um pouco da vida desta cidade tão pulsante.
Lisboa é uma das cidades mais fotogénicas que já fotografei, tenho uma paixão pela Rua Augusta que proporciona fotos divertidas e diferentes todos os dias, é uma rua que pulsa energia e movimento. Gosto também do fabuloso Miradouro de São Pedro de Alcântara e do Castelo de São Jorge, que dão uma visão linda desta cidade maravilhosa.
Para ser bem sincera, a primeira vez que cheguei a Lisboa estava completamente apaixonada e só imaginava chegar aqui e encontrar o meu amor, não tive tempo de pensar na cidade. Quando cheguei, após ser muito bem recebida, estive uma tarde inteira sozinha, apanhei um comboio sem conhecer absolutamente nada e desci em Belém. Foi amor à primeira vista, caminhei pelas ruas e fotografei tudo o que meus olhos viam: as ruelas com seus edifícios baixos e as roupas penduradas nos varais (que, para mim, é a cara de Lisboa); o Mosteiro dos Jerónimos, que é imponente e lindíssimo; os eléctricos, que dão a essa cidade um charme único. Até hoje, adoro apanhar um eléctrico ou metro descer em qualquer estação e me perder pelas ruas da cidade.
Tenho um café preferido que é o Fábulas, no Chiado, lá tem-se sossego, boa comida e, ainda, pode-se fumar numa área. Ah, e também, tem internet livre.
Dia perfeito para mim é pegar o metro, em direção ao Marquês de Pombal, e descer a Av. da Liberdade a pé e sem pressa. Adoro essa grande avenida com suas árvores belíssimas e as folhas caídas pelo passeio que formam um tapete lindo, se for no Outono então me tira o fôlego. Desemboco na Praça dos Restauradores e percebo a mistura de raças que existe nessa cidade. Sigo em direcção à Praça do Rossio e vou a uma tasca na esquina da Praça, sento-me na esplanada e peço uma bifana e um copo de vinho da casa, é delicioso, além de barato! Atravesso a praça do Rossio em direcção à Rua Augusta e caminho por ela inteira, deliciando-me com o seu movimento e artistas de rua, misturado com o povo português e aos estrangeiros que passeiam por lá.
Vou até à Praça do Comércio e sento-me no chão e fico a admirar o Rio Tejo, que é fabuloso! Depois apanho um eléctrico e vou até ao Miradouro de São Pedro de Alcântara, aprecio a vista da cidade, fotografo casais de namorados, a moça bonita que passeia com seu cão, os velhos jogando dominó, faço isso tomando uma bela taça de vinho. Depois volto para casa feliz com minha câmara cheia de fotografias!
Lisboa é a minha cidade, ela é linda, e o seu povo é hospitaleiro e simpático, com excepção de alguns taxistas!
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