Le Entrevista a Ângela Marques por Rafa
Apresenta-te, preenche os espaços a cinza sobre quem és. De onde vens e para onde vais?
Há cinco coisas que tens de saber sobre mim:
1. Acusam-me de ser muito a preto e branco, pelo que falar de cinza em mim pode transformar-se num exercício de eufemismos.
2. Chamo-me Ângela e odeio que escrevam o meu nome sem acento circunflexo (e por favor não lhe chamem chapelinho).
3. Sou jornalista e embora adore o que faço não gosto muito de falar sobre isso.
4. Faço trinta anos em novembro e quero ter um castelo insuflável na minha festa. Mesmo correndo o risco de ir parar ao hospital.
5. Sou do Benfica (mas podes apanhar-me facilmente a ver um Rio Ave-Paços de Ferreira na Sport TV, um Sporting-Freixieiro em Futsal na RTP2 ou um jogo dos júniores do Benfica na Benfica TV – há relatos de ter sido encontrada a ouvir relatos do Sporting de Braga, em casa, na TSF. Ouvir relatos no carro é para meninos.)
E, segredou-me um corvo, que te Alfamas? Conta-me tudo sobre isto.
Alfama aconteceu-me. Devagar. Sem que eu desse conta. Hoje gosto de chegar de repente ao Tejo Bar, ao Noitibó ou ao Primo Basílico e chegar de alguma maneira a casa. Gosto de poder ir atrás do balcão destes sítios da mesma forma que em minha casa os meus amigos se servem do frigorífico sem perguntar. Alfama é como eu: às vezes disfarça, mas gosta de receber. Com o Alfama-te salto para esse lado da barricada e deixo de ser visita. Passo a ser eu a receber, com alguma vaidade, quem lá quer entrar. Cumpro assim um objetivo de muitos anos, também, que é fazer coisas. Fazer. Parar de falar e fazer. Posso repetir? É que eu preciso. Tenho de me lembrar sempre disto (fazer coisas é melhor que estar no sofá ou na praia ou na esplanada) quando subimos e descemos as escadinhas de Alfama carregados com sacos para os jantares ou para as festas do Alfama-te.
Lisboa é uma passagem?
Não sei. Não sei mesmo. Sou muito rápida a fazer a mala e a partir.
Esquece - se tal te for possível - Alfama por uns momentos, e partilha comigo qual o melhor bairro lisboeta. E porquê?
Vamos pôr as coisas desta maneira: gostava que o Cais das Colunas pudesse estar em Alfama.
Antes do adeus, sugere um percurso que te agrade por Lisboa e que inclua a palavra Alfama e um evento do coletivo Alfama-te.
www.alfama-te.com
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