Amor ao Tejo,
quero-te entre tanto que não passa, mas traça e amassa.
o pequeno lince finge deitado e amordaçado, ao sol é dourado.
o que vai não fica esmurrado como a maior parte que não parte.
nem sequer olhei para o relógio e ainda não é meia noite.
foram quatro dias em tão pouco tempo em que nada fiz,
pelo tamanho era aquilo e dentro de pouco o habitual.
língua sem tento morde os dentes,
cala as vozes de quem com dentes nem as nozes devora e só engole vento.
ao largo passa o barco enquanto o medo caminha ao relento.
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Foto: fome de rouca, dura.
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* Originalmente publicado a 25 de Outubro de 2012, na Le Cool Lisboa * 363
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