Porque se diz tão pouco acerca dos Pop Dell’Arte [tocam a 15 de fevereiro de 2013, no âmbito do Festival Rescaldo, na Culturgest] quando vocês são uma das bandas que mais revolucionou a maneira de fazer música em Portugal?
Bom, não nos compete a nós falar sobre nós próprios ou a nossa eventual importância, nem me preocupo muito com isso.
Reconheço que os media não nos dão por vezes muita atenção, mas tento ver isso mais como um elogio do que como uma ofensa, atendendo a que neste país as coisas que têm mais projeção mediática são geralmente medíocres.
Reconheço que os media não nos dão por vezes muita atenção, mas tento ver isso mais como um elogio do que como uma ofensa, atendendo a que neste país as coisas que têm mais projeção mediática são geralmente medíocres.
Integraram os Pop Dell’Arte ao longo dos tempos inúmeros músicos que nas mais diversas áreas têm deixado um elevado contributo à música portuguesa, como são os casos de Sei Miguel, Rafael Toral, JP Simões ou Tiago Miranda, apenas para citar alguns.
Que significado tem isto para ti e que avaliação fazes dos seus percursos?
Que significado tem isto para ti e que avaliação fazes dos seus percursos?
Há que reconhecer que a importância dos Pop Dell’Arte passa também pela grande quantidade de excelentes músicos que legou ao meio musical. De facto, fico contente por saber que as carreiras dos músicos que integraram em tempos os PDA têm tido algum impacto, embora se confrontando também com o mesmo problema de um relativo desprezo dos media.
Que balanço fazes da carreira dos Pop Dell'Arte?
Não faço balanços. Aliás, nem tenho tempo para isso. Talvez um dia se fecharmos para saldos...
Em 2010 os Pop Dell’Arte editaram “Contra Mundum” para comemorarem os 25 anos de carreira. Podemos pensar que está para breve o lançamento de um novo trabalho?
Esperamos apresentar um trabalho novo muito em breve, mas não sei em que formato. Sinceramente, eu continuo a adorar os discos enquanto objetos – CD, vinyl, etc. - mas reconheço que de momento há uma revolução na maneira de consumir e ouvir música que não pode ser ignorada. Mas continuamos a fazer temas novos. No Festival Rescaldo [onde tocam a 15 de fevereiro, na Culturgest], por exemplo, vamos apresentar um tema novo.
Como está a vossa atividade musical?
Neste momento sofremos, como quase toda a gente, com a dita crise. Há cada vez menos concertos e eventos culturais no geral. Uma crise destas vem mesmo a calhar para quem quer tentar calar mais umas quantas vozes, pois a cultura é incómoda. Assim, vai-se cortando nos subsídios ao teatro, ao cinema, à música e, ao mesmo tempo, promove-se o monopólio dos eventos culturais e musicais. As pessoas gritam a sua indignação, mas a verdade é que nada acontece capaz de travar esse ataque cerrado que tem sido feito ao direito à cultura. Já está na hora de se pôr de lado os brandos costumes...
O Rescaldo é sem dúvida uma referência no nosso país nas áreas da eletrónica, da improvisação, da eletroacústica, da nova música contemporânea, do rock e do jazz, dando-nos a conhecer o que de melhor se fez nestas áreas ano anterior.
Como interpretaste este convite e o que significa para os Pop Dell’arte estar presente no Rescaldo?
Antes de tudo, como um reconhecimento. Aquilo que disse sobre a escassa atenção dos media perante as coisas mais interessantes, nada tem a ver com o Rescaldo. Pelo contrário, creio que o Rescaldo também é vítima desse desprezo censório, senão teria uma divulgação mediática à altura da sua importância, o que não acontece.
Que podemos esperar da vossa atuação no Rescaldo?
Pá, não sei... eu espero que se divirtam...
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