A Paz

Os Artistas Unidos têm a capacidade de encher uma sala às 19h numa quinta-feira. É obra, ainda para mais com um texto difícil. No caso, "A Paz" de António Tarantino. O autor manda Yasser Arafat e Ariel Sharon para o deserto, para o exílio, «para que estes dois senhores da guerra conhecessem as misérias do mundo. Condenou-os a uma espécie de expulsão do paraíso», como explica Jorge Silva Melo, diretor dos Artistas Unidos.  

Vão conhecer o mundo: as estações de comboio, as bichas da assistência social, a miséria do mundo, as mães a quem morrem os filhos, vítimas das bombas. A miséria e a morte estão sempre presente na Palestina, são uma banalidade. Conhecem uma prostituta que afirma a sua boca estar mais limpa do que a deles os dois. E com ela gastam os últimos dinares que tinham, para se verem sodomizados.  


É a guerra permanente vista aos olhos da máxima ironia e sarcasmo da parte de uma autor que, nas suas palavras, "não sabe odiar”.

A ideia de fazer esta peça partiu de João Pedro Mamede e Pedro Sousa Loureiro, aos quais se juntou depois Nuno Pardal, três atores vindos de um outro espetáculo dos Artistas Unidos, "A Morte de Danton", e que assinam aqui uma criação coletiva, com a colaboração de Jorge Silva Melo. / Eduardo Condorcet

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