Le Entrevista a Nuno Moura por Marta Santos


Nuno Moura por Pat

Nuno Moura, alfacinha, nasceu em 1970. Poeta, declamador e editor e tudo. Ex-jogador de pólo aquático, ex-professor de natação, ex-criativo de publicidade, ex-copywriter. Alguns títulos: Não saia nem entre após aviso de fecho de portas (Signo, 1993), Soluções do problema anterior (& etc., 1996), Nova asmática portuguesa (Mariposa Azual, 1998), Os Livros de Hélice Fronteira, Regina Neri, Vasquinho Dasse, Ivo Longomel, Adraar Bous, Robes Rosa, Estevão Corte e Alexandre Singleton (Mariposa Azual, 2000) e Calendário das dificuldades diárias (& etc., 2002). A Naifa musicou um poema seu. Leituras cidade fora e fora desta cidade. Gravou para a Boca. Este ano, uma nova editora, a Mia Soave. Onde andas tu Nuno Moura?

O que é a Mia Soave?

É o que os seus autores fazem. Ajudados por mim, pelo Pedro Serpa, pelo Zé Luís Costa e pela Bibi Pereira, que aliás envia a sua energia através da medula cósmica. A Mia Soave é uma editora de vão de escada, de contratos orais, de vontades. Entre os autores e os ajudantes diz-se: primeiro há que recuperar o investido para fazer o seguinte; depois divide-se o escandaloso lucro em 50/50. No que respeita à Mia Soave esses 50 serão reinvestidos em altos impostos, porque alguém tem que passar o recibo verde que deveria ser vermelho, e em mais poesia e música.

Actualmente já surgem muitas pequenas editoras, algumas revelam-se experiências fugazes. O que faz correr um editor?

A vida é fugaz, portanto nada contra. O que faz correr um editor é a preguiça. Os autores fazem o trabalho de sapa e a paternidade.

Trabalhaste em publicidade? Há coisas que um poeta não pode fazer? Estavas farto de ganhar bem?

Não gostei que a Cofidis pagasse parte do meu ordenado. E na verdade isto tem só a ver com o que gastas e não com o que ganhas. Quanto ao poeta, não pode deixar de mudar fraldas a filhos e a livros.

És o declamador do momento.

De momentos, isso sim.

O que faz um poeta em Lisboa?

Cai em granizo.

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1 comentário:

  1. Adorei a entrevista, a grandeza das respostas. Viva a liberdade de expressão.

    Maria João Neves

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