Le Entrevista a Bruno Muratori por Daniela Catulo
Bruno Muratori é o jovem carioca responsável por trazer a Lisboa o sol e o charme do Rio de Janeiro. Tudo isto traduzido num grande sorriso, numa energia contagiante e em festas e mais festas!
Para quem ainda não ouviu falar na FLUX, ou nas últimas festas - sensação do Konvento ( Grupo K), então está na hora de seguirem a corrente, até porque neste Carnaval Muratori em parceria com Diogo Aragon, brinda-nos com um Ultra Emoti-ON: uma maratona de festas em 3 dias e uma inovação : “Bacalhau com Farofa”: um cortejo pelas ruas do Bairro Alto em que o melhor dos dois países se une e em que finalmente podemos pôr de lados tentativas frustradas para termos por cá um carnaval brasileiro. Abraçar o que é nosso é importante também e é nisso que Muratori acredita: na união, na partilha de culturas, sempre pela música, pelo convívio saudável e por um grande companheirismo.
Ele ama política pelo debate de ideias e gostava de ver os jovens mais envolvidos. Sente falta da garra e lamenta o inconformismo que se instalou. Olhem o Brasil, que passou por grandes crises económicas, catástrofes, violência, fome e diferenças sociais gritantes, mas que nunca perdeu a alegria e a esperança. Muratori arrisca sempre e por isso aborrece-o ver pessoas que não aproveitam o seu papel como cidadão rumo à mudança.
Trazer energia através das suas festas é uma das formas de nos mostrar que a vida é para ser vivida intensamente, mas sempre com inteligência e atenção ao que nos rodeia. Acordar em todos os sentidos. Este carioca apaixonou-se por Lisboa onde, por agora, escolheu viver e não aceita quando ouve frases como “A noite de Lisboa acabou”. Como diz um grande compositor brasileiro - "Quem sabe faz na hora, não espera acontecer".
Porquê Lisboa? E quando sentiste que querias mesmo ficar por cá?
No Brasil estudei Artes Cénicas e trabalhei em teatro e cinema. Antes de Portugal fiz intercâmbio de 3 meses em França para estudar a língua francesa. Ainda sem planos, um amigo convidou-me a vir para Lisboa antes de regressar ao Rio. Assim fiz, começou por ser um acaso, cheguei onde no início de 2010 para estudar Ciências Políticas e Relações Internacionais na Universidade Lusófona por uma questão ideológica, e entretanto fui tratando de tudo para mudar para o curso de Produção de eventos, a minha paixão, na ETIC.
Mas o momento que fez mesmo decidir ficar por cá foi quando senti a verdadeira receptividade e o carinho que recebi dos novos amigos e pude participar como RP (a convite de Van Cotrin e da Patrícia Rocha) no Tour Matinée Lisboa na discoteca Kapital, vi o quanto poderia somar com a minha querida Lisboa. Também mais ninguém me quis deixar voltar! Agradeço a todos os meus queridos amigos por isso!
O que mais amas em Lisboa?
O clima e a atmosfera do Velho Mundo, as ladeiras e ruelas e toda história que aproxima do meu país. Amo o Bairro Alto, sinto-me em plena Lapa no Rio de Janeiro, todos juntos numa grande diversidade, isso me encanta.
E as saudades do Brasil? Do que te lembras mais?
Do Pôr do Sol em Ipanema. Dos melhores amigos que alguém poderia sonhar em ter.
Da alegria e do positivismo único das pessoas mesmo em tempos difíceis, acreditando sempre que dias melhores virão.
E sentes que em Portugal há uma maior dificuldade em ser-se assim optimista e aproveitar o momento?
Sim. Noto um certo saudosismo onde fala-se muito de como era e de como poderia ser, mas na prática falta a vontade latente de fazer acontecer. E quando se tem a possibilidade parece também que acaba acontecendo um certo “susto” e medo do que é novo, ou mesmo para alguns uma certa sabotagem tipo: “ Quem ele pensa que é?” E gostaria muito que não me vissem como uma ameaça mas sim como uma mais valia, pois uma cidade como Lisboa tem um grande potencial dentro do entretimento e todos saem ganhando numa competição saudável e honesta.
O que te faz sentir em casa?
A proximidade que sinto em lugares como o Bairro Alto e construções que por aqui vislumbro faz sentir-me no centro antigo do Rio. O meu Atlântico. Grandes amigos que aqui fiz, ter bons amigos é o factor principal para que continue aqui e amenize a saudade… Ah e o feijãozinho, sem ele seria impossível, eheheh...
Revela-nos um projecto na manga.
Em Abril daremos todo um grito de liberdade. A FLUX Revolution, uma festa em homenagem à liberdade. Tento que as minhas festas tenham sempre algum tema e conceito. O Dress Code? Um cravo vermelho, claro! O Universo me empurra cada vez mais para animar esta cidade.
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