Le capa * 311


Por Catarina Oliveira

Le Entrevista a Tigrala por Rafa


A propósito do concerto no Jameson Urban Routes neste próximo dia 29 de Outubro ao MusicBox, atiraram-se perguntas a Ian Carlo Mendoza, Guilherme Canhão e a Norberto Lobo - as três cabeças e seis braços dos Tigrala, a ver quem fisgava. Para vos poupar os olhos, abreviam-se os seus nomes nos respectivos Ian, Guilherme e Norberto. As respostas seguem agora, em cascata.

Falem-me um pouco de vocês, quem são os Tigrala e porque será que o nome badala sempre algo a ver com felinos malhados?


Ian - Somos um trio de música instrumental nascido em Lisboa. O nome é uma antiga ideia do Norberto com a qual concordamos; e a palavra em si acaba por ser um jogo em relação à crescente indistinção entre géneros.

Le Entrevista a Lady M por Daniela Catulo


Ela é uma das DJ´s nacionais que mais tem actuado nos últimos anos. Uma verdadeira Lady que nos dá música e nós adoramos. Ela é Lady M – de Mariana. Gosta de passar House, Deep House e Vocal, passando pelo Tech e Electro-House. Cheia de energia e vivacidade, Mariana não pára de surpreender de norte a sul do país e fora dele também: Luxemburgo, Suíça ou Tunísia foram alguns dos destinos por onde esta Senhora já passou e deixou a sua marca, animando pistas de dança e levando-as ao rubro.Em 2004 juntou-se à colega Miss Pink de onde nasceu o projecto L&M CONNECTION que também tem merecido o destaque da imprensa. A DJ continua a seguir a sua paixão, caminhado e dançando e animando-nos por onde quer que passe. Podem ouvi-la já no próximo sábado na Pré-Halloween Party no Ground Zero da Discoteca Kaptal, onde partilhará a cabine com o DJ Óscar Baia ( do recém encerrado Kremlin), e com as Djs Lyla VS Allure e  DJ Star.

Numa semana em que foi anunciado o fecho de uma das casas míticas da cidade, o KREMLIN, existe um ar um clima de mudanças para a noite lisboeta, de reinvenção, de adaptação a um novo contexto social. O que achas essencial que aconteça para que bares e discotecas se mantenham na corrida sempre com qualidade?

De facto encerrou uma casa mítica no panorama não só de Lisboa como arrisco-me a dizer Nacional. Na minha opinião todos aqueles que vivem na e da noite deviam rever as suas estratégias e essencialmente primar pela qualidade em todos os aspectos.

Le Capa * 310


Por Catarina Oliveira

Le Entrevista a Magazino por NunoT

Quem é Magazino? E, já agora, porquê o nome Magazino?

Magazino surgiu quando regressei de Espanha em 2008 e achei que tinha de dar uma lufada de ar fresco na minha carreira. Precisei de um desafio extra, e nada mais desafiante que mudar o nome artístico, não renegando o passado, mas imprimindo uma nova dinâmica para o futuro. Magazino pura e simplesmente porque tenho o vício de ler jornais e revistas de diversos quadrantes e de vários países.

Como nasceu a tua paixão pela música? E depois disso, como e quando começaste como DJ?

O meu pai tinha uma grande colecção (100 discos) de música clássica com os melhores compositores desde Wagner, Schubert, Beethoven, Vivaldi, etc. Na altura olhava para aquilo como uma biblioteca. Achava piada a tantos discos e comecei a desenvolver um gosto especial por música num sentido lato. A electrónica surge pouco depois com 14 anos numa excursão de finalistas a Benidorm. Aí sim, fiquei encantado com a movida, as cabines, os djs etc. Comecei então a comprar vinis (maxis) e tocava em casa com pratos de correia, até que aos 17 tornei-me residente  de uma discoteca em Setúbal - "Clubissimo" - a convite de dois amigos que lá trabalhavam. Recordo-me que na altura o Clubissimo já estava na vanguarda da música electrónica o que influenciou de uma forma muito positiva todo o meu trajecto posterior.

E como se cruzou o teu destino com o de José Belo e a Bloop?
 
O Zé fundou a Bloop, na altura subsidiária da já extinta Loop. Creio que ele ouviu um dos temas que tinha acabado de colocar no meu myspace. Não o conhecia. Entrou em contacto comigo para assinar um disco para a Bloop e eu não aceitei de imediato, ficara de pensar no assunto. Na altura vivia em Barcelona e não estava por dentro do que era a editora. Quis saber mais. Pesquisei e horas de conversa depois resolvi aceitar e o disco saiu. A empatia e química foram crescendo culminando com um convite para ser sócio da Bloop ao fim de alguns meses. Ele sentiu que poderia ser muito importante para a marca, eu achei que o meu input iria ser uma mais valia. Na altura que entrei, no fim de 2008 coincidiu com a minha volta para Portugal e com a  trágica morte da minha Mãe que perigou a minha entrada para a sociedade. Superado o choque inicial, seguimos em frente com tudo o que tínhamos delineado e aqui estamos hoje com a Bloop em grande forma.

Desde aí muito mudou. Entraram o João Cruz e o João Gonçalves como sócios, cada um com a sua área e fomos recrutando pessoas para preencher as necessidades que a empresa começou a gerar. Em poucos anos conseguimos consolidar e estabilizar a marca, outros desafios se levantam, outras necessidades surgiram. Estamos atentos e acabámos de recrutar 2 pessoas para áreas que neste momento fazem todo o sentido, marketing e assessoria de imprensa.

A Bloop realizou no dia 8 Outubro a sua festa de lançamento da nova estação e conceito para 2012, o Bloop Sport Clubbing. Conta-nos um pouco mais deste novo conceito e imagem que a Bloop propõe.

Quando entrei para a Bloop, decidi com o Zé e o João incutir maior dinâmica na parte dos eventos e na imagem. Recrutámos algumas pessoas - a Partners (Design) na pessoa do Gil Correia - que passou a trabalhar toda a imagem da Bloop, e o Nuno Carvalho para trabalhar no emergente mundo das redes sociais (isto no inicio de 2009). Na altura a Partners sugeriu a introdução de temáticas com períodos de 9 a 12 meses. Começámos pelo trabalho, seguido da fé/culto onde a imagem já passou de uma forma mais consistente. Agora para os próximos 9 meses optámos pelo desporto. Desta vez a ideia partiu de nós, o Gil e a sua equipa desenvolveram toda a temática de uma forma brilhante, aliás o Gil tem tido um papel fulcral no sucesso da Bloop.

A par da temática lançámos o Bloop Card. É um cartão que vem premiar e fidelizar os clientes que acompanham a Bloop de forma mais interessada e assídua. O cartão tem um chip com todos os dados do seu portador para facilitar e melhorar a identificação na porta dos nossos eventos. Este cartão tem uma série de vantagens associadas. Para já foram impressos 350 como forma de manter alguma restrição e exclusividade para os portadores, com isto não estamos a fechar portas para novos "desportistas" mas sim beneficiar aqueles que connosco já privam de uma forma mais constante.

Entre outras vantagens, iremos ter entrada exclusiva nos eventos para os membros, acesso preferencial para eventos de lotação limitada, descontos nos eventos. Estão também a ser negociadas uma série de parcerias e descontos noutras actividades para o target do Bloop Card.

Qual é o desporto que mais segues?

Futebol, o Vitória em particular. Ténis e Basquetebol com especial enfoque na NBA.

Praticas algum desporto? Qual?

Sim, squash, futebol, xadrez e umas corridas de vez em quando.

Qual o teu sucesso/feito mais recente (dentro ou fora da Bloop)?

O melhor ainda está por vir, o meu próximo disco que sairá na Bloop tem tido muito bom feedback, são 2 temas e sairá em Dezembro com remixes de Dyed Soundorom e do Tiago Marques. Antes desse sairá pela Bloop um outro EP do Faster (Romeno que convidou os também romenos Livio & Roby para remisturarem o mesmo EP).

Qual o teu próximo grande desafio para o futuro?

O maior desafio que tenho para a Bloop, é fazer com que a marca tenha um papel activo na intervenção social. Os primeiros passos nesse sentido já estão a ser dados. Estamos por exemplo a negociar com uma ONG uma colaboração estreita num futuro breve.

Como é ser DJ em Portugal/Lisboa?

Ser Dj em Lisboa é seguramente mais fácil que no resto do país, excepção feita ao Porto. É muito difícil vingar neste meio se viveres fora destas 2 grandes urbes. Infelizmente Portugal tem apenas 2 grandes pólos urbanos ao contrário por exemplo da vizinha Espanha.

Tudo se centra em Lisboa e no Porto, todas as novas tendências são absorvidas por estas 2 cidades. Sim, porque em Portugal são raros os casos onde se criam as tendências. Em 90% dos casos seguem-se tendências criadas nas grandes capitais europeias. É um pouco o resultado de termos uma população de apenas 10 milhões de habitantes e de estarmos no canto mais afastado do centro da Europa. Em Portugal tocar a música que toco também não é fácil. Existem no máximo 10 clubes onde posso tocar com regularidade, nos restantes toco apenas esporadicamente. O mercado está invadido pela música dita comercial. Se por um lado é mau porque sobram poucos locais para ouvir outras correntes, por outro, as pessoas que realmente não gostam dos géneros mais comerciais tornam-se mais fiéis às outras correntes. No fundo é o que tem acontecido com a Bloop. Por incrível que possa parecer, apesar de caminhar em sentidos opostos, quanto mais o mercado da música electrónica comercial cresce, mais a Bloop se consolida e reúne mais simpatizantes, claro está fruto também do trabalho que temos vindo a desenvolver.

O que és tu para Lisboa e Lisboa para ti?

Vivo em Lisboa mas não sou de cá. Nasci em Setúbal apesar de todas as minhas origens remontarem aos Açores. É a segunda vez que cá vivo, desta vez de uma forma mais efectiva. Lisboa é a capital e como disse antes, se queres vingar nesta área é aqui que tens de estar. Tudo se passa aqui e, ou acompanhas, ou tudo esmorece e morre.

Gosto de Lisboa. Da famosa luz, da oferta cultural (aqui estamos ao nível das maiores capitais europeias), do clima, das diferentes etnias que co-habitam num pequeno espaço físico. Na zona onde vivo existe uma paleta de nacionalidades incrível. Tenho conhecido gente das mais diversas partes do globo, se ao início achava um pouco estranho, agora adoro sentir os diferentes cheiros e ouvir vários idiomas, tenho feito inclusive bons conhecidos de outras origens: Indianos, Brasileiros, Guineenses, Paquistaneses, Cabo-verdianos, Espanhóis, Finlandeses, Romenos…

Para Lisboa não sou mais que um cidadão que se limitou a migrar para cá em busca do triunfo. Algo impossível nesta área noutra qualquer cidade deste país com excepção do Porto. Aliás na Bloop, entre todos os que trabalham e colaboram connosco, 90% das pessoas são de fora de Lisboa. Mudaram-se para cá em busca de emprego e melhores condições de vida.

Qual é o teu “canto secreto” em Lisboa? (locais que te inspiram)

Não tenho, locais que me inspirem em Portugal só mesmo nos Açores.

Quando não estás atrás da consola, por onde andas? Onde te podemos encontrar na noite nesta cidade branca?

Em Lisboa à noite, certamente no Lux, às vezes no Cais do Sodré e Santos, e muito pouco no Bairro. Não sou particular fã, especialmente ao fim-de-semana.

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* Originalmente publicado a 20 de Outubro de 2011, na Le Cool Lisboa * 310

Le Capa * 308


Por Óscar Silva

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Por Óscar Silva

Le Entrevista a Vasco Ferraz por NunoT


Produtor é aquele papel-título-profissão que pode ser tudo e pode ser nada. Vasco Ferraz encaixa decididamente no primeiro caso. Munido de uma versatilidade e capacidade criativa surpreendentes é o pilar mestre de cada projecto em que se envolve. Designer de formação e empreendedor por convicção, Vasco, geração 80, conta já com um currículo de produções invejável e dirige hoje a sua segunda empresa. O seu projecto mais recente - Máquina, A Cultura do Processo (em exposição na Plataforma Revólver até 15 de Outubro e com artigo na Le Cool Lisboa * 308) - foi aclamado unanimemente pelo público e pela imprensa. Mas como, segundo o próprio, o tempo é pouco para tudo o que quer fazer, tem já as mãos na massa com o proximo desafio: comunicação e imagem da 22ª edição do Amadora BD - o FIBDA. Evita o protagonismo e não perde tempo a colher louros. É discreto e humilde, mas é provavelmente mais animado que o Herman José, os Gatos Fedorentos e os Monty Python juntos. Apanhá-lo livre é praticamente impossível, mas se um dia conseguirem um jantar com Vasco Ferraz, preparem-se, pois ele falará durante 3 horas e vocês rirão durante as mesmas 3 horas.