Le Entrevista a Tigrala por Rafa
A propósito do concerto no Jameson Urban Routes neste próximo dia 29 de Outubro ao MusicBox, atiraram-se perguntas a Ian Carlo Mendoza, Guilherme Canhão e a Norberto Lobo - as três cabeças e seis braços dos Tigrala, a ver quem fisgava. Para vos poupar os olhos, abreviam-se os seus nomes nos respectivos Ian, Guilherme e Norberto. As respostas seguem agora, em cascata.
Falem-me um pouco de vocês, quem são os Tigrala e porque será que o nome badala sempre algo a ver com felinos malhados?
Ian - Somos um trio de música instrumental nascido em Lisboa. O nome é uma antiga ideia do Norberto com a qual concordamos; e a palavra em si acaba por ser um jogo em relação à crescente indistinção entre géneros.
Le Entrevista a Lady M por Daniela Catulo
Ela é uma das DJ´s nacionais que mais tem actuado nos últimos anos. Uma verdadeira Lady que nos dá música e nós adoramos. Ela é Lady M – de Mariana. Gosta de passar House, Deep House e Vocal, passando pelo Tech e Electro-House. Cheia de energia e vivacidade, Mariana não pára de surpreender de norte a sul do país e fora dele também: Luxemburgo, Suíça ou Tunísia foram alguns dos destinos por onde esta Senhora já passou e deixou a sua marca, animando pistas de dança e levando-as ao rubro.Em 2004 juntou-se à colega Miss Pink de onde nasceu o projecto L&M CONNECTION que também tem merecido o destaque da imprensa. A DJ continua a seguir a sua paixão, caminhado e dançando e animando-nos por onde quer que passe. Podem ouvi-la já no próximo sábado na Pré-Halloween Party no Ground Zero da Discoteca Kaptal, onde partilhará a cabine com o DJ Óscar Baia ( do recém encerrado Kremlin), e com as Djs Lyla VS Allure e DJ Star.
Numa semana em que foi anunciado o fecho de uma das casas míticas da cidade, o KREMLIN, existe um ar um clima de mudanças para a noite lisboeta, de reinvenção, de adaptação a um novo contexto social. O que achas essencial que aconteça para que bares e discotecas se mantenham na corrida sempre com qualidade?
De facto encerrou uma casa mítica no panorama não só de Lisboa como arrisco-me a dizer Nacional. Na minha opinião todos aqueles que vivem na e da noite deviam rever as suas estratégias e essencialmente primar pela qualidade em todos os aspectos.
Le Entrevista a Magazino por NunoT
Magazino
surgiu quando regressei de Espanha em 2008 e achei que tinha de dar uma
lufada de ar fresco na minha carreira. Precisei de um desafio extra, e
nada mais desafiante que mudar o nome artístico, não renegando o
passado, mas imprimindo uma nova dinâmica para o futuro. Magazino pura e
simplesmente porque tenho o vício de ler jornais e revistas de diversos
quadrantes e de vários países.
Como nasceu a tua paixão pela música? E depois disso, como e quando começaste como DJ?
O
meu pai tinha uma grande colecção (100 discos) de música clássica com
os melhores compositores desde Wagner, Schubert, Beethoven, Vivaldi,
etc. Na altura olhava para aquilo como uma biblioteca. Achava piada a
tantos discos e comecei a desenvolver um gosto especial por música num
sentido lato. A electrónica surge pouco depois com 14 anos numa excursão
de finalistas a Benidorm. Aí sim, fiquei encantado com a movida, as
cabines, os djs etc. Comecei então a comprar vinis (maxis) e tocava em
casa com pratos de correia, até que aos 17 tornei-me residente de uma
discoteca em Setúbal - "Clubissimo" - a convite de dois amigos que lá
trabalhavam. Recordo-me que na altura o Clubissimo já estava na
vanguarda da música electrónica o que influenciou de uma forma muito
positiva todo o meu trajecto posterior.
E como se cruzou o teu destino com o de José Belo e a Bloop?
O
Zé fundou a Bloop, na altura subsidiária da já extinta Loop. Creio que
ele ouviu um dos temas que tinha acabado de colocar no meu myspace. Não o
conhecia. Entrou em contacto comigo para assinar um disco para a Bloop e
eu não aceitei de imediato, ficara de pensar no assunto. Na altura
vivia em Barcelona e não estava por dentro do que era a editora. Quis
saber mais. Pesquisei e horas de conversa depois resolvi aceitar e o
disco saiu. A empatia e química foram crescendo culminando com um
convite para ser sócio da Bloop ao fim de alguns meses. Ele sentiu que
poderia ser muito importante para a marca, eu achei que o meu input iria
ser uma mais valia. Na altura que entrei, no fim de 2008 coincidiu com a
minha volta para Portugal e com a trágica morte da minha Mãe que
perigou a minha entrada para a sociedade. Superado o choque inicial,
seguimos em frente com tudo o que tínhamos delineado e aqui estamos hoje
com a Bloop em grande forma.
Desde aí muito mudou.
Entraram o João Cruz e o João Gonçalves como sócios, cada um com a sua
área e fomos recrutando pessoas para preencher as necessidades que a
empresa começou a gerar. Em poucos anos conseguimos consolidar e
estabilizar a marca, outros desafios se levantam, outras necessidades
surgiram. Estamos atentos e acabámos de recrutar 2 pessoas para áreas
que neste momento fazem todo o sentido, marketing e assessoria de
imprensa.
A Bloop realizou no dia 8 Outubro a sua
festa de lançamento da nova estação e conceito para 2012, o Bloop Sport
Clubbing. Conta-nos um pouco mais deste novo conceito e imagem que a
Bloop propõe.
Quando entrei para a Bloop, decidi com o Zé
e o João incutir maior dinâmica na parte dos eventos e na imagem.
Recrutámos algumas pessoas - a Partners (Design) na pessoa do Gil
Correia - que passou a trabalhar toda a imagem da Bloop, e o Nuno
Carvalho para trabalhar no emergente mundo das redes sociais (isto no
inicio de 2009). Na altura a Partners sugeriu a introdução de temáticas
com períodos de 9 a 12 meses. Começámos pelo trabalho, seguido da
fé/culto onde a imagem já passou de uma forma mais consistente. Agora
para os próximos 9 meses optámos pelo desporto. Desta vez a ideia partiu
de nós, o Gil e a sua equipa desenvolveram toda a temática de uma forma
brilhante, aliás o Gil tem tido um papel fulcral no sucesso da Bloop.
A
par da temática lançámos o Bloop Card. É um cartão que vem premiar e
fidelizar os clientes que acompanham a Bloop de forma mais interessada e
assídua. O cartão tem um chip com todos os dados do seu portador para
facilitar e melhorar a identificação na porta dos nossos eventos. Este
cartão tem uma série de vantagens associadas. Para já foram impressos
350 como forma de manter alguma restrição e exclusividade para os
portadores, com isto não estamos a fechar portas para novos
"desportistas" mas sim beneficiar aqueles que connosco já privam de uma
forma mais constante.
Entre outras vantagens, iremos ter
entrada exclusiva nos eventos para os membros, acesso preferencial para
eventos de lotação limitada, descontos nos eventos. Estão também a ser
negociadas uma série de parcerias e descontos noutras actividades para o
target do Bloop Card.
Qual é o desporto que mais segues?
Futebol, o Vitória em particular. Ténis e Basquetebol com especial enfoque na NBA.
Praticas algum desporto? Qual?
Sim, squash, futebol, xadrez e umas corridas de vez em quando.
Qual o teu sucesso/feito mais recente (dentro ou fora da Bloop)?
O
melhor ainda está por vir, o meu próximo disco que sairá na Bloop tem
tido muito bom feedback, são 2 temas e sairá em Dezembro com remixes de
Dyed Soundorom e do Tiago Marques. Antes desse sairá pela Bloop um outro
EP do Faster (Romeno que convidou os também romenos Livio & Roby
para remisturarem o mesmo EP).
Qual o teu próximo grande desafio para o futuro?
O
maior desafio que tenho para a Bloop, é fazer com que a marca tenha um
papel activo na intervenção social. Os primeiros passos nesse sentido já
estão a ser dados. Estamos por exemplo a negociar com uma ONG uma
colaboração estreita num futuro breve.
Como é ser DJ em Portugal/Lisboa?
Ser
Dj em Lisboa é seguramente mais fácil que no resto do país, excepção
feita ao Porto. É muito difícil vingar neste meio se viveres fora destas
2 grandes urbes. Infelizmente Portugal tem apenas 2 grandes pólos
urbanos ao contrário por exemplo da vizinha Espanha.
Tudo
se centra em Lisboa e no Porto, todas as novas tendências são absorvidas
por estas 2 cidades. Sim, porque em Portugal são raros os casos onde se
criam as tendências. Em 90% dos casos seguem-se tendências criadas nas
grandes capitais europeias. É um pouco o resultado de termos uma
população de apenas 10 milhões de habitantes e de estarmos no canto mais
afastado do centro da Europa. Em Portugal tocar a música que toco
também não é fácil. Existem no máximo 10 clubes onde posso tocar com
regularidade, nos restantes toco apenas esporadicamente. O mercado está
invadido pela música dita comercial. Se por um lado é mau porque sobram
poucos locais para ouvir outras correntes, por outro, as pessoas que
realmente não gostam dos géneros mais comerciais tornam-se mais fiéis às
outras correntes. No fundo é o que tem acontecido com a Bloop. Por
incrível que possa parecer, apesar de caminhar em sentidos opostos,
quanto mais o mercado da música electrónica comercial cresce, mais a
Bloop se consolida e reúne mais simpatizantes, claro está fruto também
do trabalho que temos vindo a desenvolver.
O que és tu para Lisboa e Lisboa para ti?
Vivo
em Lisboa mas não sou de cá. Nasci em Setúbal apesar de todas as minhas
origens remontarem aos Açores. É a segunda vez que cá vivo, desta vez
de uma forma mais efectiva. Lisboa é a capital e como disse antes, se
queres vingar nesta área é aqui que tens de estar. Tudo se passa aqui e,
ou acompanhas, ou tudo esmorece e morre.
Gosto de Lisboa.
Da famosa luz, da oferta cultural (aqui estamos ao nível das maiores
capitais europeias), do clima, das diferentes etnias que co-habitam num
pequeno espaço físico. Na zona onde vivo existe uma paleta de
nacionalidades incrível. Tenho conhecido gente das mais diversas partes
do globo, se ao início achava um pouco estranho, agora adoro sentir os
diferentes cheiros e ouvir vários idiomas, tenho feito inclusive bons
conhecidos de outras origens: Indianos, Brasileiros, Guineenses,
Paquistaneses, Cabo-verdianos, Espanhóis, Finlandeses, Romenos…
Para
Lisboa não sou mais que um cidadão que se limitou a migrar para cá em
busca do triunfo. Algo impossível nesta área noutra qualquer cidade
deste país com excepção do Porto. Aliás na Bloop, entre todos os que
trabalham e colaboram connosco, 90% das pessoas são de fora de Lisboa.
Mudaram-se para cá em busca de emprego e melhores condições de vida.
Qual é o teu “canto secreto” em Lisboa? (locais que te inspiram)
Não tenho, locais que me inspirem em Portugal só mesmo nos Açores.
Quando não estás atrás da consola, por onde andas? Onde te podemos encontrar na noite nesta cidade branca?
Em
Lisboa à noite, certamente no Lux, às vezes no Cais do Sodré e Santos, e
muito pouco no Bairro. Não sou particular fã, especialmente ao
fim-de-semana.
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Enlaces
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* Originalmente publicado a 20 de Outubro de 2011, na Le Cool Lisboa * 310
Le Entrevista a Vasco Ferraz por NunoT
Produtor é aquele papel-título-profissão que pode ser tudo e pode ser nada. Vasco Ferraz encaixa decididamente no primeiro caso. Munido de uma versatilidade e capacidade criativa surpreendentes é o pilar mestre de cada projecto em que se envolve. Designer de formação e empreendedor por convicção, Vasco, geração 80, conta já com um currículo de produções invejável e dirige hoje a sua segunda empresa. O seu projecto mais recente - Máquina, A Cultura do Processo (em exposição na Plataforma Revólver até 15 de Outubro e com artigo na Le Cool Lisboa * 308) - foi aclamado unanimemente pelo público e pela imprensa. Mas como, segundo o próprio, o tempo é pouco para tudo o que quer fazer, tem já as mãos na massa com o proximo desafio: comunicação e imagem da 22ª edição do Amadora BD - o FIBDA. Evita o protagonismo e não perde tempo a colher louros. É discreto e humilde, mas é provavelmente mais animado que o Herman José, os Gatos Fedorentos e os Monty Python juntos. Apanhá-lo livre é praticamente impossível, mas se um dia conseguirem um jantar com Vasco Ferraz, preparem-se, pois ele falará durante 3 horas e vocês rirão durante as mesmas 3 horas.
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