Depois de um período a especializar-se em fotografia de moda em Nova Iorque, Nian Canard experienciou, o que foi um ponto decisivo para o seu trabalho se definir como artista. Mais do que uma fotografia o seu trabalho é uma experiência, um disparo. De volta a Portugal onde reside e continua a desenvolver o seu estilo, por entre reflexos, arquitetura urbana e vida frenética de uma cidade, Nian Canard mantém a sua fotografia tão misteriosa como o seu próprio nome artístico.
Arquitectura da Natureza (Edição Lisboa)
Esta série de trabalhos de Nian Canard podia ter como cenário Nova Iorque ou Tóquio, mas é a nossa bela Lisboa.
Tão frenética e barulhenta como tantas outras cidades, no entanto, neste caso, a Natureza sobressai mais que o betão das estradas ou o azulejo das paredes. Lisboa também é feita de cimento e tijolos, trânsito barulhento e peões apressados em hora de ponta, neste caso estamos a ver tudo isso e muito mais mas de outra forma.
Através de um único disparo é-nos apresentada uma Lisboa translúcida, orgânica e silenciosa. Este disparo é o momento que sustemos a respiração, o tempo para e desejamos viver na objetiva que captou esse frame de segundo. São elementos orgânicos em contexto urbano, que se transformam no corpo arquitetónico de Lisboa. Como se houvesse uma batalha nesta série de trabalho, o orgânico acabava de engolir o que restava da cidade como a conhecemos.
Há uma sensação de paz e estranheza, nada é reconhecível, não é a estátua do Largo de Camões, a avenida onde passamos para ir trabalhar todos os dias ou a árvore perto de um quiosque que está farto de nos servir o café, é uma Lisboa que não conhecemos e que não nos é indiferente.
A sensação de liberdade infinita está presente neste contexto e uma fusão dos elementos citadinos que são desconstruídos ganham novos significados para o espetador. Somos um único elemento e o trabalho de Nian Canard relembra-nos essa condição.
Conhece o trabalho de Nian aqui e por aqui.
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