A água sempre foi amiga da alma portuguesa. Ou não nos tivessemos lançado à descoberta a partir da nossa costa lisboeta, onde o mar se confunde com o rio. Seja mar, ou seja rio, conto sempre com essa linha de água para me orientar. O geográfico torna-se psicológico, porque sabe sempre bem saber que temos ali uma beira-rio onde nos podemos refugiar quando a rotina cansa. Que outras capitais se podem gabar de ter um imenso rio para desfrutar? Não muitas, é certo. Fugir para a beira do Tejo num domingo soalheiro, ou num fim de tarde mais frio. Pode ser para passear, tomar um copo, ou apenas para refletir.
Vê-se sempre um pouco de tudo. Estes são apenas alguns dos privilégios de “ter” um rio. Já dizia o nosso fado, que Lisboa é uma “toalha à beira mar estendida”. Porque, afinal, o Tejo está sempre ali à nossa espera. / Andreia Pedro (Foto por Rafa)