Le Entrevista a Diego Armés por João Freire
Boas. Fala-me um pouco sobre ti, o teu percurso musical e as bandas que já foste tendo (e tens).
Tive a minha primeira banda aos 16, era a típica banda da Secundária, ainda em Mafra. Chamávamo-nos Kindergarten, éramos cinco e cantava-se em inglês – em 1995 cantava-se em inglês, ponto. Eu não era vocalista. Uma ano mais tarde, formei os Shave com o meu irmão, o Marco Armés, baterista. Começámos como power trio, depois passámos a quatro. Cantávamos em inglês, porque até 1998 se cantava em inglês, ponto. Nesta já era eu que cantava.
Depois desisti de ter bandas durante uns anos, sobretudo nos primeiros tempos em Lisboa. Até que um dia resolvi desenterrar aquilo que tinha começado com o meu irmão, só que já era 2003 ou 2004 e então já se podia cantar em português, por isso tínhamos de nos chamar em português. Achámos que Feromona era um nome porreiro, mas ainda não sabíamos o que significava. Depois investigámos e concluímos que tinha sido uma belíssima escolha.
E começámos a tocar, primeiro mais experimentais, depois mais arrumados, sobretudo após 2005, altura em que entrou o Bernardo Barata. A partir daí, foram acontecendo coisas extraordinárias, como passar na Radar ou atuar no belíssimo Cabaret Maxime, entre outras muitas coisas pelas quais me sinto afortunado.
Como surgiu o teu projeto a solo? Era algo que precisavas fazer fora dos Feromona?
Sobravam-me músicas que não cabiam em Feromona e decidi não as deitar fora. Comecei por dar uns concertos mínimos para amigos, depois gravei-as, depois não sabia já o que fazer com ela porque elas pediam mais. Em 2010 a Chifre perguntou-me se eu não queria lançar um disco e eu disse que sim. Então, gravei-as.
Depois soou-me a pouco e juntei-lhe um grupo de rapazes que são um espetáculo e que fazem daquelas músicas simples, umas canções de respeito. Perdi completamente o controlo da situação, não era nada disto que eu tinha imaginado. Era uma coisa menos boa.
De já te ter visto tocar a "solo" e depois de ter visto algumas filmagens de Feromona, é propositada a mudança de personagem, ou é a própria música que te faz isso?
Não acho que se possa falar em personagem. É tudo puro. Umas canções num determinado ambiente são
assim; outras canções, noutro registo, são necessariamente diferentes. Penso que é apenas isso. Não penso muito no assunto. Não digo "olá, sou o Diego Armés, mas não é o dos Feromona, é um diferente."
Quais os teus planos enquanto Feromona nos próximos tempos? Aproveitar o lançamento do EP e partir para novo álbum?
Na verdade, continuamos em período de contemplação e indagação. Não temos pressa. É mais importante
que tenhamos boas ideias do que grandes planos.
Como vês o panorama musical em Portugal, estando ainda por cima agora ligado a uma editora que se está a conseguir fazer ouvir muito bem?
Acho que há pouco público. Temos ótimas bandas, ótimos autores, ótimos músicos, bons sítios para dar
concertos, um circuito alternativo ao mainstream bastante aceitável, rádios que nos dão atenção, revistas, sites e jornais que apreciam o que se faz. Tudo podia ser perfeito, não fosse o detalhe de, entre dez milhões de habitantes, apenas uns 30 ou 40 mil querer saber de música. E se calhar estou a exagerar.
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Links
http://www.myspace.com/diegoarmes
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