Os pelourinhos (essa coisa com tanto de menir como de totem, objecto fálico do poder judicial do passado), apreciados historicamente, evocam um passado pouco simpático. Um nada sorridente mesmo, sobretudo do ponto de vista dos prisioneiros que eram agrilhoados a ferragens para deleite dos restantes. O pelourinho de Lisboa, o da Praça do Município, perdeu essas ferragens exibicionistas em 1883, passando de mostrengo a monumento. Destruído o anterior, manuelino, durante o terramoto de 1755, o que se vê agora é de construção oitocentista. Agulha central da Praça, à falta de um qualquer obelisco como na Praça de São Paulo, ali perto, exibe-se agora como pelo facial lisboeta, apontado ao firmamento. / Fauna Maria (Foto de Dias dos Reis, aqui)
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