Le Entrevista a Pedro Vilar por Rafa
Vim do Porto para Lisboa, com paragem em Barcelona, onde vivi durante 6 anos e desenvolvi a maior parte da minha carreira profissional. Conceitos, briefings, ideias, maquetes, projectos e deadlines. Cartazes, logotipos, embalagens, revistas e campanhas. Fotografia, ilustração e tipografia. Marcas, a sua identidade e comunicação. Tudo isto faz parte do meu dia-a-dia enquanto um dos responsáveis pela direcção criativa da EuroRSCG Design & Arquitectura.
Comenta-me os projectos em que estejas envolvido e demais ideias e aspirações profissionais.
O trabalho diário na agência ocupa grande parte do meu dia e não me deixa muito tempo livre para outros projectos a nível profissional. Tenho a sorte de fazer diariamente uma das coisas que mais gosto e de poder participar em inúmeros projectos interessantes. Sempre que posso e que o tempo me pemite, tento também colaborar em projectos ligados ao design, mas de cariz não comercial.
Le Entrevista a Left Hand Rotation por Rafael
Os Left Hand Rotation por eles próprios :
Left Hand Rotation é um colectivo artístico que trabalha em intervenções no espaço público, em vídeo e instalações - aquilo que viemos a denominar de Alterações. A expressão "Left Hand Rotation" tem a sua origem nos parafusos que se apertam da direita para a esquerda em lugar de ser da esquerda para a direita, algo como em "contra-mão".
O colectivo trabalha de forma anónima, sendo que duas pessoas são o seu núcleo principal. No www.lefthandrotation.com aparecem os nossos projectos e convidamos outros artistas interessantes a participar.
Left Hand Rotation pretende provocar um aluvião incessante de contradições irresolúveis, cuja finalidade é a busca da sua integração paradóxica. Como colectivo, trabalhamos com os meios e os formatos na fronteira entre a arte e todos os demais canais, adoptando a forma do que viemos a chamar de "arte questionável" (que não questionadora).
Tudo o descrito anteriormente pode cair anulado a qualquer momento, devido a uma alteração constante de estratégia.
Le Entrevista ao Luís Lopes Humanization 4Tet por Pedro Tavares e Rafael Vieira
Não há envolvente melhor para lançar os alicerces a uma entrevista com os Humanization 4Tet do que aquela que se nos apresentou sábado, 6 de Agosto de 2011. Ainda embalado pelo travo deliciado a freejazz e a slam despejado em grande na noite anterior no Anfiteatro da Gulbenkian por Cecil Taylor, é na Trem Azul - pátria da Clean Feed Records, que nos encontramos com Aaron González, Luís Lopes, Rodrigo Amado, Stefan González e António Júlio Duarte.
Este último acompanha a banda como fotógrafo, aqueles, que burilavam acordes em ensaio no estúdio da Clean Feed, são nomes já bem reconhecidos na cena jazz neste binómio de continentes, cidades e países que os unem e não afastam: Lisboa e Dallas, Portugal e EUA.
É também na expectativa do concerto no Teatro do Bairro de dia 9 de Agosto, incluído no Jazz em Agosto 2011, que a conversa gravita.
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Acrónimos chave para a entrevista:
Aaron González AG
Luís Lopes LL
Rodrigo Amado RA
Stefan González SG
António Júlio Duarte AJD
Le Cool (Pedro Tavares + Rafael Vieira) LC
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Le Capa * 299
por Ana Mendes Pizarro, David Almeida e Maria Mendes Pizarro
* Originalmente publicado a 4 de Agosto de 2011, na Le Cool Lisboa * 299
Le Entrevista a Rui Neves por Josué Mendes
A entrevista a Rui Neves, director artístico do Jazz em Agosto
da Fundação Calouste Gulbenkian foi conduzida descontraidamente entre
grupos de gente a circular em hora de refeição ou em trânsito para as
exposições do CAM. O resultado foi mais uma boa conversa do que uma
entrevista estruturada por linhas cosidas a notícia, com um apreciador
e profundo conhecedor de jazz. Uma verdadeira torrente de informação em
cascata de paixão bem nutrida por anos de experiência.
Em
discurso directo: Este ano decidimos que o Jazz em Agosto tem um mote,
quatro figuras do jazz actual em gratos retornos. São personagens gratas
à música, que voltam a tocar no Jazz em Agosto em retorno musical.
Cecil
Taylor no Jazz em Agosto de 1998 (e que foi o único repetente no CCB em
2004, onde trabalhei como consultor de jazz). Cecil, que tem 82 anos e é
um criador especial de linguagem. Na linha dos gratos retornos temos o
Wadada Smith, membro da AACM, Association for the Advancement of
Creative Musicians, de Chicago, vem apresentar um projecto novo, um
grupo diferente, com três guitarras eléctricas e piano. Tem também um
Vj, Jesse Gilbert, que projecta imagens em tempo real.
Peter
Brõtzmann, Sac, tem 70 anos e já tocou no Jazz em Agosto em 2000 com os
Die Like a Dog Quartet e tinha antes outro quarteto, Last Exit. Toca
muito com gente nova, pratica uma música libertária europeia. O jazz é
um belo exemplo de música cooperativa, onde se preserva o individualismo
do músico, em música colectiva. Todos pensamos num sentido
individualista, num viver colectivo.
John Hollenbeck, que
tocou no Jazz em Agosto em 2006, vem com um large ensemble num projecto
mais ambicioso. Toca Third Stream, que é a aproximação da música jazz à
música contemporânea ocidental. Hollenbeck tocou com várias correntes,
neste aspecto é uma atitude de renovação, polémica em relação ao purismo
do jazz.
Acho ridículas as polémicas em torno do jazz, do
purismo. Em comparação com o rock, no rock há mais liberdade. Tenho 63
anos e comecei pelo rock. As programações são sincrónicas no jazz, mas
devem ser diacrónicas, focar o presente, não esquecendo o passado.
Interessa conhecer bem o presente. O jazz bem centrado sem esquecer o
passado, o conhecer a evolução no jazz. Peter Brõzmann faz freejazz, não
vem reproduzir o passado, vem actualizar o passado.
Outros
factores relevantes além das quatro personagens em grato retorno, é que
no Anfiteatro vamos ter Ingrid Laubrock, Sax, que constituiu um grupo
com uma nova geração de NY. É um encontro com o rock. Para os puristas
não é música. Isso é uma enormidade, o jazz deu os blues e o rock.
Depois
temos um duo power rock (um quarteto - The Ex Guitars Meet Nilssen-Love
/ Vandermark Duo), com dois guitarristas mais dois músicos jazz, em
tensão, em confrontação, rock com jazz e que apresentam características
de cada estilo musical.
Depois irradiamos para um
belíssimo espaço no Bairro Alto, um espaço cosmopolita, onde
apresentamos três grupos que fazem a ligação entre os dois
fins-de-semana. Preenchendo as semanas, faz a tarefa de clube de jazz
mais informal, com o espaço do bar. Temos o grupo luso-americano
Humanization 4tet, com duas digresões e bem rodado. Um grupo de
Brooklyn, os Little Women, com dois sax, uma guitarra e uma bateria
muito original. E um grupo escandinavo com Gustaffson, que tocou no Jazz
em Agosto em 2002, em performance actuou diversas vezes e ganhou um
prémio recentemente na Dinamarca.
São músicos celebrados, com os focos sobre eles.
Quanto
ao cinema, apresentamos títulos não disponíveis no mercado. Conheço o
meio e os filmes são especiais, os próprios realizadores apresentam. Na
primeira semana, talvez o melhor filme sobre Taylor. E o outro filme,
sobre o processo de condução, The Black February, em digressão.
Na
segunda semana, Women in Jazz, damos muito relevo a este aspecto,
pensa-se sempre em cantoras jazz. E temos este ano a Mary Halvorson,
Angelica Sanchez e Ingrid Laubrock. O outro filme é de Julian Benedikt
sobre os primórdios do jazz na Europa. Um erro é dizer que o jazz será
americano o jazz é universal, o jazz começou por inspirar-se na Broadway
e agora no rock (não tem problema). Depois é a conferência de Bill
Shoemaker, sobre Cecil Taylor. Explicou que quando Cecil apareceu, foi
rejeitado e lutou.
O jazz é exigente, nem toda a gente
pode aderir ao jazz, mas adere. Eu fiz Rádio Comercial, Rádio XFM,
continuo a fazer rádio e a escrever neste formato. Este festival é não
profit e dos mais antigos a seguir ao Estoril. Temos bastante oferta de
Jazz em Lisboa, como a Festa do Jazz no São Luíz - a melhor montra do
jazz português, o Outjazz, o Hot Clube (que voltará), o de Valado de
Frades.
Foto por Joaquim Mendes
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* Originalmente publicado a 4 de Agosto de 2011, na Le Cool Lisboa * 299
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* Originalmente publicado a 4 de Agosto de 2011, na Le Cool Lisboa * 299
Le Vitória 6
Julho está a chegar ao fim assim como a minha estadia em Lima. O
curso de cinema documental termina depois de uma dose de partilha de
informação do nosso tão querido professor José Balado, director e
fundador de DOCUPERÚ. A paixão dele por cinema contagia qualquer um.
No
entanto o que me resta é digerir toda a informação adquirida e com isso
desenvolver o meu documentário. Julho. Cuzco ferve-me no sangue, mas o
meu corpo, mente e instinto dizem-me que me retire por um bom par de
semanas. Este país abriu-me os olhos e o coração. Aqui sinto-me viva,
aqui sinto-me mais pessoa. No entanto, há sempre dúvidas que permanecem e
outras que surgem. E neste momento preciso de me afastar um pouco para
aclarar as minhas ideias. Afastar também é amar. E como alfacinha de
gema que sou, sinto que me falta luz, calor e praia. Deveria voltar para
Cuzco? Sim. Deveria voltar para a comunidade? Também. Mas eles irão
compreender. E como sempre digo, nada é por acaso nesta vida.
Peru
na Copamérica. Depois de 17 fracassados anos na história do futebol ,
pela primeira vez chegamos aos quartos de final. E mais. Ficámos em
terceiro lugar! É um acontecimento histórico! Todo o centro de Lima está
em festa! Fuerza Perú! Julho é também o mês das festas pátrias. Em
Cuzco festejam-se os 100 anos de Machu Pichu. A maior ironia da história
deste país. Esse senhor americano Hiran Bingham que, diz-se,
descobridor da cidade perdida quando esta já existia, e que deixou o
povo do Vale Sagrado na miséria depois de roubar todo o ouro e jóias
incas. E hoje em dia isso é motivo de festa, apenas pelo turismo, apenas
porque traz dinheiro.
28 de Julho – Independência do Peru. As ruas cobrem-se de vermelho e branco. Os peruanos são orgulhosos de
ser quem são, depois de tanta batalha, depois de tanto sofrimento,
depois de tanto sangue derramado desde a conquista dos espanhóis à
guerra com o Chile, passando pela ditadura Fujimorista onde foram
cometidas as maiores atrocidades contra os direitos humanos da história
política deste país.
Susana Baca foi eleita Ministra da
Cultura. Uma das maiores referências da música criolla peruana, está a
cargo de defender e promover o seu sangue dentro e fora do seu país. Tal
como Lula, Ollanta, o nosso novo presidente, está a seguir as suas
pegadas, quando elegeu Gilberto Gil para Ministro da Cultura no Brasil.
Fico feliz, por saber que estamos a tomar as decisões correctas, depois
de tanta opressão imposta à cultura popular por parte dos demais.
Julho.
Documentários, café, cigarros e paixão, ou será que posso dizer amor?
Todos os dias passavas por mim e metias-te comigo. E eu que nunca te fiz
caso. Até ao teu último dia em Lima. Restavam-nos apenas algumas horas.
Tu foste a correr ao terminal de autocarros e compraste um bilhete para
o dia seguinte. Os meus olhos brilharam e o meu sorriso estendeu-se por
largos minutos. Pôr-do-sol na praia, um ceviche na Bajada de Baños ao
som da linda música criolla peruana, com a guitarra e o “cajón” dos
senhores Pepe e Javier. Felizes dancamos um bolero. E um quarto de
hotel. O dia amanhece e tens que seguir viagem. Pedes-me que te siga,
que não te deixe cruzar o oceano sem que nos vejamos outra vez. Tu
segues e há um vazio à minha volta. Dou voltas à minha cabeça tentando
compreender o que fazer e como fazer. Fiz as contas aos dias e percebi
onde te poderia encontrar. Que coincidência... Estão dois amigos
portugueses aí
também. Porque não?
E porque quero eu
fazê-lo? Estarei eu apenas à procura de uma boa história para contar e
escrever uma curta-metragem? Ou estarei eu mesmo apaixonada? Sei que não
devo, sei que poderá ser um erro, sei que nem sequer és o homem da
minha vida, sei que vou atravessar fronteiras para te ver por mais umas
escassas horas? Sei. Sei que sinto. Porque o meu coração diz “Vai!”. Vai
por mais que seja uma loucura, por mais que te entregues, por mais que
chores ou que sorrias depois, por mais que te encha o estômago de
borboletas ou por mais que depois sintas um vazio no coração e aquele nó
na garganta, mas “Vai!”. Porque a vida é curta demais para pensarmos
demasiado, porque sem paixão sei que não posso viver, porque quem não
chora não pode ser feliz, porque só assim me sinto viva, porque amar e
desfrutar de outro ser humano é a coisa mais linda que se pode fazer
nesta vida, porque não importa que sejamos felizes ou não. ”Mais vale
viver que ser feliz” e “ Por imortal que seja, posto que é chama, mas
que seja infinito enquanto dure”, já dizia o velho Vinicius.
Panamá. Já estou a caminho e aqui vou-te encontrar. E o meu coração bate tão depressa. Mal posso esperar.
Peru. Viajo porque preciso. Volto porque te amo.
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Enlace
http://www.rpp.com.pe/2011-07-26-susana-baca-considera-necesario-impulsar-el-arte-popular-noticia_388451.html
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* Originalmente publicado a 4 de Agosto de 2011, na Le Cool Lisboa * 299
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